Hábil articulador político, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), farejou que o caso envolvendo o ministro Sérgio Moro (Justiça) pode ser radioativo. Como não se sabe o que ainda pode aparecer, Maia já avisou que vai tentar blindar a Câmara de qualquer risco de contaminação, deixando bem claro que a pauta econômica não pode ser paralisada por mais uma crise política.

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Ao lado de Maia, estão governadores e parlamentares comprometidos com a retomada do crescimento. Também o governo Bolsonaro está empenhado em proteger a reforma. Depois de um constrangedor silêncio sobre a revelação dos diálogos entre o ex-juiz e os procuradores da Lava-Jato, o presidente da República fez o gesto de apoio tão esperado pelo ministro: depois de uma conversa de 20 minutos, foram juntos a um evento a bordo de uma lancha.

Assessores disseram que Bolsonaro confia em Moro. Os generais fecharam questão a favor do ministro, em um apoio robusto. O próprio Moro confirmou que vai à Comissão de Constituição de Justiça do Senado prestar esclarecimentos sobre o assunto. Ontem, no entanto, pela primeira vez o ministro da Justiça viveu na pele o que é ser vidraça no mundo político. Ao sair de uma reunião com senadores, foi vaiado por pessoas ligadas aos partidos de oposição.

Nos corredores do Supremo Tribunal Federal (STF) é evidente o desconforto com toda a situação: dos vazamentos criminosos às relações entre juiz e procuradores. 

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