*Por Silvana Pires, interina
A prisão após condenação em segunda instância voltou à pauta com o resultado do julgamento do ex-presidente Lula, e agora a análise do tema será ainda mais delicada. Uma decisão liminar de 2016 do Supremo Tribunal Federal (STF), com placar de 6 votos a 5, definiu que as prisões podem ocorrer após se esgotarem os recursos em segunda instância. No entanto, de lá pra cá, alguns ministros mudaram de posição, e querem reexaminar o assunto.
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As manifestações já tinham vindo à tona antes do fator Lula entrar no debate. Agora, mais do que nunca, o assunto deve ser prioridade do STF. A decisão final precisa ser tomada antes da possível prisão do ex-presidente. Imagine a seguinte cena: Lula perde todos os recursos e vai preso. Somente depois, o Supremo decide que os condenados podem recorrer em liberdade até a última instância. O desgaste da mais alta Corte da Justiça do país seria imenso.
Ao mesmo tempo, analisar o caso agora também terá grande repercussão, pois o resultado, seja qual for, será interpretado por muitos como decisão política. O polêmico ministro Gilmar Mendes, por exemplo, já mudou de ideia. Primeiro, votou a favor da prisão após os recursos na segunda instância. Hoje, defende o encarceramento só depois de o Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmar a sentença. Por outro lado, a gaúcha Rosa Weber já declarou que cogita voltar atrás do seu voto, que foi contra a antecipação de pena. E há ainda um fator novo: Alexandre de Moraes não participou do julgamento, pois ainda não era ministro. Ele entrou no lugar de Teori Zavascki, que votou pela prisão em segunda instância.
TUDO PELA PREVIDÊNCIA
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Ficou para esta segunda-feira a participação do presidente Michel Temer no programa do Ratinho, no SBT. O apresentador fez uma sugestão inusitada: que o ICMS das panelas de pressão seja reduzido, já que economizam gás. O presidente ficou de estudar o assunto. No domingo, irá ao ar a participação de Temer no programa do Silvio Santos. As duas entrevistas fazem parte da estratégia do governo de popularizar a discussão sobre a reforma da Previdência.
SILÊNCIO
O grupo de WhatsApp do PTB anda mudo quando o assunto é a nomeação de Cristiane Brasil (RJ) ao Ministério do Trabalho, que segue suspensa. Ninguém quer se indispor com o presidente do partido, Roberto Jefferson – pai da deputada.
DICAS
O ministro do STF Gilmar Mendes tem evitado polêmicas em suas redes sociais durante o recesso do judiciário. No máximo tem postado indicações de leitura, como Brasil a Esperança e a Decepção, do ex-correspondente do The Economist para a América Latina Michael Reid, e Scalia Speaks – obra que reúne discursos do juiz da Suprema Corte Americana, Antonin Scalia – já falecido.
CONDECORAÇÃO
Um dos advogados de Lula, Geoffrey Robertson receberá o título de Oficial da Ordem da Austrália, concedida pelo governo daquele país. A honraria leva em conta a atuação de Robertson pelos Direitos Humanos e liberdades civis no mundo.
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