Ao contrário do que disse o porta-voz da Presidência da República, a intervenção no Rio também tem um caráter eleitoral. É claro que algo precisava ser feito pelos órgãos de segurança, diante da profunda crise na segurança pública. Mas neste momento do calendário político seria ingênuo descartar que existe uma estratégia voltada para os palanques.

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A iniciativa serve como embalagem para uma eventual candidatura de Michel Temer.

O fato político está criado, a partir do momento em que os marqueteiros do presidente espalham por aí as suas opiniões sobre essa possível candidatura. Ao mesmo tempo, deputados da tropa de choque do peemedebista passam a comentar que ele terá o nome na urna. Se colar, colou. Difícil será apagar o passado de duas denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República, sem falar nos aliados presos e ministros enrolados. A estratégia do Planalto é tão clara que já causa mal-estar entre aliados que também tentam se cacifar na disputa presidencial. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não esconde a irritação com a chamada pauta econômica lançada pelo Planalto.

FARDADO
Edinho Bez (PMDB-SC) se prepara para voltar à Câmara a partir do dia 5 de abril. Suplente, ele poderá ser beneficiado por um eventual afastamento de João Rodrigues (PSD), que está preso, ou por outro acordo dentro da coligação.

BANCADA DA PAPUDA
O comentário na bancada catarinense é que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não estaria disposto a enfrentar novas críticas com a chamada “bancada da Papuda”, o famoso presídio da capital federal. Advogados do deputado João Rodrigues (PSD) conseguiram ontem que ele seja transferido para o Centro de Detenção Provisória de Brasília. A ideia da defesa é que Rodrigues trabalhe durante o dia e volte para a cadeia à noite.

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NA REAL
De um deputado, depois de mais uma rodada de audiências com prefeitos que estão em Brasília, lotando gabinetes, negociando a liberação de emendas parlamentares:

– Sabe o que eu fiz nesta semana aqui? Eu comprei voto.

FRASE
 “Essa é uma questão extremamente delicada porque envolve a preservação da liberdade individual. Então, é preciso que o STF realmente delibere, independentemente da orientação que vier a ser estabelecida, seja mantendo a diretriz hoje prevalecendo, seja modificando-a. Mas é importante que haja um pronunciamento do STF.”

Celso de Mello, ministro do STF, defendendo que Supremo se pronuncie sobre a prisão em segunda instância.

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