Um novo grupo político toma conta do poder em Brasília com o desafio de não sucumbir às velhas práticas rechaçadas pelo eleitor. Mas a tentação é grande. Das vagas nas empresas públicas para afilhados aos privilégios nos gabinetes, benesses com dinheiro público estão à disposição de quem chega na capital federal e ganha um botom de autoridade.

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A grande questão é: 2019 será mesmo um ano novo, com novas práticas na economia e na política, ou o discurso ficou no palanque? Jair Bolsonaro começou bem, escolhendo dois superministros, especialistas nas suas áreas e garantindo a eles liberdade para montar suas equipes. Paulo Guedes (Economia) e Sergio Moro (Justiça) já começam com times de primeira. Os dois trabalham com metas claras e já anunciaram as suas prioridades.

Para completar o ministério, Bolsonaro inovou ao não negociar com partidos, mas com bancadas temáticas. A formação do primeiro escalão seguiu as promessas de campanha. As antigas práticas, no entanto, voltam a aparecer na montagem do segundo e terceiro escalões.

Aliados sem mandatos estão sendo acomodados e partidos voltaram a mapear cargos nos Estados. O ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) garante que a nova administração fará de tudo para se blindar desse apetite dos partidos por cargos públicos, inclusive cortes radicais no número de cargos de confiança.

Para ter sucesso, Bolsonaro precisa fazer a reforma da Previdência, aumentar a geração de emprego, dar uma resposta para a crise da segurança e implantar, mesmo, um novo jeito de fazer política com seus aliados. Ninguém disse que seria fácil. Feliz 2019!

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Surpresa

Integrantes da equipe técnica do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foram surpreendidos pela indicação do deputado Ronaldo Nogueira (PTB) para a presidência da Funasa. Ex-ministro do Trabalho de Michel Temer, Nogueira não se reelegeu e foi convidado para a vaga pelo ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil). Integrante da bancada evangélica, ele é considerado uma escolha política. 


Obras paradas

Levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgado na sexta revelou que o atual governo deixará oito obras do programa Minha Casa, Minha Vida paradas em Santa Catarina. Ao todo, são 184 unidades habitacionais contratadas por R$ 6,6 milhões. Os municípios onde estão essas obras não foram divulgados.

 

Frase

Os laços de fraternidade e a aliança que o presidente mencionou são reais e podem nos levar a longas distâncias. Israel é a terra prometida e o Brasil é a terra da promessa de futuro. – Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel durante encontro com o presidente eleito Jair Bolsonaro