Jair Bolsonaro está adorando a polêmica provocada pelo projeto de lei que altera normas do trânsito. Em discurso animado, o presidente disse até que, se dependesse dele, aumentaria o número de pontos na carteira para 60 porque “a indústria da multa vai acabar no Brasil”. Bolsonaro ainda alega que pai ou mãe são responsáveis, por isso não precisa penalizar quem for flagrado sem a cadeirinha de bebê no carro. Esse último argumento é tão frágil que nem a área técnica do governo apoia o presidente.
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Se o Congresso alterar o texto, garantindo a cobrança de multas dos carros sem a cadeirinha, o Ministério de Infraestrutura informou à coluna que vai apoiar. Em um país que vive uma guerra por ano com mortos e mutilados em ruas e estradas, não poderia existir a hipótese da flexibilização das regras. É um assunto que motiva paixões, divide opiniões, anima os bolsonaristas. Mas o que mobiliza a Câmara nesta semana são assuntos diretamente ligados à economia, como reforma da Previdência, orçamento impositivo e crédito suplementar. É a diferença entre o palanque e a vida real.