O presidente Jair Bolsonaro passou o início desta semana tentando apagar o incêndio iniciado pelo secretário da Receita, Marcos Cintra. Embora tenha lógica a tese da criação de um imposto único que atinja a todos, com inclusive as igrejas, Cintra falou demais e fora de hora. A reação da bancada evangélica a uma CPMF repaginada foi imediata.
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Alertado, o presidente gravou dois vídeos ao longo do dia para reafirmar o seu alinhamento ideológico e que não pretende criar nenhum tipo de novo imposto. Também o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RS), foi para as redes sociais para alertar que não se fala em novos impostos e que a prioridade absoluta é a votação da reforma da Previdência.
Insatisfeitos com o que consideram pouco espaço na Esplanada, deputados evangélicos não facilitaram a vida do governo na votação da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça. O diálogo, no entanto, foi retomado. A ordem na Esplanada, agora, é que ninguém mais da equipe econômica manifeste os seus planos futuros para não atrapalhar a área política. Este episódio deixa claro que há uma distância muito grande entre os princípios liberais da turma do ministro Paulo Guedes (Economia) e os compromissos do presidente.
Gideões
Bolsonaro é esperado em Balneário Camboriú na sexta-feira (03), onde deve participar do Congresso Internacional de Missões dos Gideões Missionários da Última Hora. Oficialmente ainda não há confirmação, mas o deputado Rogério Peninha (MDB-SC) disse à coluna que a agenda está praticamente acertada e Bolsonaro deve chegar no evento por volta das 19h.
Kinder Ovo
Relator do projeto que proíbe doações eleitorais por parte de servidores comissionados, o deputado Giovani Feltes (MDB) foi surpreendido ao descobrir que a tipificação do caixa 2 e outras propostas foram incorporadas ao texto original. Ninguém na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) o consultou sobre o interesse de abraçar uma questão considerada, no mínimo, espinhosa. Para encerrar o assunto, Feltes já avisou que desiste da relatoria.
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Fogo amigo
Em mensagens nas redes sociais nesta segunda-feira (29), o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) não poupou nem a equipe do pai, Jair Bolsonaro, ao afirmar que há falha na comunicação:
— Vejo uma comunicação falha há meses da equipe do presidente. Tenho literalmente me matado para tentar melhorar, mas como muitos, sou apenas mais um e não pleiteio e nem quero máquina na mão. É notório que perdemos oportunidades ímpares de reagir e mostrar seu bom trabalho.
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