A declaração do presidente Jair Bolsonaro sobre as investigações ligadas a Flávio Bolsonaro é sintomática. Ao afirmar que o filho deverá pagar o preço caso tenha errado e isso seja provado, Bolsonaro reconhece que há preocupação com as novas informações que surgem a cada dia envolvendo o primogênito.
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Ao mesmo tempo, o presidente tenta blindar o Planalto ao afirmar que esse tipo de situação, se comprovada, não será aceita pelo seu governo.
Foi uma resposta aos eleitores que já começam a cobrar explicações nas redes sociais. Se serão suficientes, ainda é cedo para saber. O que não dá para negar é que existe desconforto.
O cancelamento da coletiva de imprensa em Davos é mais uma prova. Estava tudo certo, a decisão chegou em cima da hora e pegou de surpresa até os organizadores do evento. Um assessor da Presidência chegou a falar que o motivo seria a “abordagem antiprofissional da imprensa”, mas foi desmentido por ministros que usaram versões diferentes para justificar a decisão.
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A realidade é que Bolsonaro sabe que as perguntas girariam em torno do filho. Estrategicamente ele pode ter se livrado de uma saia justa, mas o recuo pode ser encarado pelo mercado internacional como sinal de fraqueza.
Só em fevereiro
A coluna adiantou que o ex-ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira (PTB-RS) será o presidente da Funasa – que é responsável pelas políticas de saneamento no país. Mas ele ainda não assumiu o posto. Nogueira irá encerrar o mandato na Câmara e, por isso, só toma posse em fevereiro. Até lá o deputado pretende deixar projetos de aprimoramento da reforma trabalhista encaminhados.
Apoio
Os deputados federais eleitos Marcel Van Hattem (Novo) e Kim Kataguiri (DEM) se uniram pela disputa à presidência da Câmara. Kim desistiu de concorrer e vai apoiar o candidato do Novo. Os parlamentares têm afinidades políticas, como o liberalismo na economia e o conservadorismo nos costumes.
Frase
“Entendo que é uma parte sim do nosso papel respeitar, cuidar, prestigiar toda essa identidade histórica que é inerente à produção indígena, mas também respeitar e fazer respeitar de fato, não de forma meramente retórica, a decisão deles próprios sobre quando, como e de que forma querem agregar ao seu dia a dia questões que são exógenas à sua cultura indígena, como nesse caso específico da agricultura" – Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ao afirmar que o governo deve respeitar a decisão dos indígenas sobre como eles querem agregar no seu dia a dia questões que não fazem parte da cultura indígena.
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