Saem os lavajatistas e entra o centrão. Essa é a conta que Jair Bolsonaro faz ao estreitar cada vez mais os laços com parlamentares de partidos como PL, PP, PSD e Republicanos, em especial depois do traumático rompimento com Sergio Moro. Enquanto o presidente estava em Porto Alegre, reforçando a imagem junto às Forças Armadas, o centrão se movimentava em Brasília. A expectativa desses partidos é de ganhar espaços no governo, inclusive no Ministério da Saúde. É a mesma lógica das gestões petistas. Bolsonaro vem sentindo o peso do isolamento e teme perder a governabilidade. As derrotas em série no STF, a crise econômica e a falta de liderança diante de uma pandemia mundial desgastam politicamente o presidente.

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A volta dos panelaços é um exemplo. Ele, no entanto, mantém cerca de um terço de aprovação, alimenta com empenho o apoio da bancada evangélica e usufrui da credibilidade dos militares. Agregar o centrão serve de reforço nessa blindagem. Até agora, Bolsonaro podia ser criticado por vários erros que cometeu, menos de praticar estelionato eleitoral.

Se abraçar o centrão, é uma bandeira que vai para a gaveta.

Eles fizeram o teste rápido

Apesar de haver máscaras à disposição, deputados, ministros e o presidente da República não utilizaram a proteção durante o voo para Porto Alegre.

O deputado Bibo Nunes (PSL-RS) contou à coluna que, na base aérea de Brasília, toda a comitiva fez o teste rápido para a covid-19, inclusive Bolsonaro:

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— Éramos poucos e todos acreditam estar imunes, como eu. Deu tudo ok para nós.

O deputado Sanderson (PSL-RS) também fez parte da comitiva presidencial na cerimônia no Comando Militar do Sul. Consultada, a assessoria do Planalto não confirmou a informação sobre o teste de Bolsonaro até o fechamento da coluna. Enquanto isso, a Justiça deu 48 horas para que a AGU entregue o resultado dos exames da covid-19 que o presidente fez no Hospital das Forças Armadas, em março. Bolsonaro disse que deu negativo, mas nunca apresentou o laudo.

Bom soldado

À coluna, o general Mourão explicou por que nem ele nem Bolsonaro discursaram na cerimônia do Comando Militar do Sul, quando o general Antonio Miotto passou o comando para o general Valério Stumpf:

– Eu estava aqui como ex-comandante e amigo do Miotto, e o presidente, como admirador do trabalho dele. Era uma cerimônia militar, onde o protocolo é claro: fala o que está saindo e o comandante imediato, no caso o Pujol. O presidente, como bom soldado, seguiu o previsto.

Evasão escolar

O Instituto Rui Barbosa e parceiros como o Unicef e o conselho do Ministério Público já trabalham para evitar uma maior evasão escolar após o fim do isolamento social. De acordo com o presidente do Comitê de Educação do instituto, Cezar Miola, serão intensificados treinamentos para agentes públicos e educadores para incentivar a busca dos estudantes que não retornarem às aulas.

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