As declarações polêmicas de Jair Bolsonaro ajudaram a construir a candidatura que foi abraçada por mais de 55 milhões de brasileiros. Passada a eleição, o presidente eleito tem de lembrar que, agora, ele está bem longe daquela figura que passou 28 anos no Congresso falando o que lhe vinha à cabeça, sem maiores consequências.Como futuro presidente da República, Bolsonaro se envolveu em uma série de controvérsias nos últimos dias.

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No caso do Mais Médicos, o seu posicionamento contrário aos cubanos no programa já era conhecido. Mas uma coisa é fazer um discurso ideológico, que agrada ao seu público, outra é conduzir o assunto como líder da nação. Antes de provocar a reação do governo cubano e a saída quase imediata de 8 mil profissionais do Brasil, Bolsonaro deveria ter em mãos um plano claro para ocupar os postos que ficarão vagos, boa parte em comunidades pobres. Se tem, esse plano não apareceu.

Embora ainda não tenha assumido o Palácio do Planalto, o rompimento com o regime castrista é consequência de seus atos.O mesmo vale para o caso do Ministério do Trabalho. Cercado por jornalistas, Bolsonaro afirmou, em uma frase solta, que iria extinguir a estrutura, que existe há quase 90 anos, incorporando-a a outra pasta. Pressionado, na última semana, ressaltou que a área seguirá com status de ministério. Outra polêmica, que ainda gera incertezas na economia, é a insistência na discussão sobre a embaixada do Brasil em Israel. Sem medir as consequências, o presidente eleito teima em falar sobre a possível transferência da estrutura de Tel Aviv para Jerusalém, entrando num debate desnecessário.

O caso já provocou ruídos a ponto do governo do Egito cancelar compromissos oficiais de uma comitiva brasileira, que seria liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, ao país africano. Vale lembrar que os islâmicos estão entre os principais consumidores de proteína animal produzida aqui.Bolsonaro não é mais um entre 513 deputados. Agora, toda declaração provoca uma reação. E o presidente estará sempre na linha de frente de qualquer consequência que atinja o Brasil. 

 

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Blindados

É inédito o esquema de segurança montado na área do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) sede da transição, em Brasília. Equipes da Polícia Federal, da Força Nacional de Segurança e da Polícia Militar praticamente cercam o prédio.  

 

Em casa

O ministro da Segurança, Raul Jungmann, colocou uma sala à disposição do futuro ministro Sergio Moro. A estrutura fica na sede do Ministério da Justiça, onde o ex-juiz irá despachar a partir de janeiro. Moro vai acumular as atribuições que hoje estão divididas em duas pastas. 

 

Venezuelanos

Santa Catarina receberá mais venezuelanos na próxima semana em dois voos da Força Aérea Brasileira (FAB) que pousarão na capital. A primeira, na terça-feira, com 40 imigrantes que serão levados para Palhoça. O segundo, na quarta, com 24 pessoas – seis delas também irão para Palhoça e outras 18 para Goioerê, no Paraná.  

 

Casamento

O ministro extraordinário Onyx Lorenzoni irá se casar na quinta-feira (22) no Clube do Congresso, em Brasília.  O relacionamento é discreto e Onyx não costuma postar fotos com a noiva Denise nas redes sociais. A exceção é um vídeo no Twitter após a vitória de Jair Bolsonaro. O presidente eleito deve ir à cerimônia. 

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