Aconselhado pela área política, o presidente eleito Jair Bolsonaro resolveu deixar para 2019 a votação da flexibilização da Lei do Desarmamento. Ele telefonou na manhã de segunda-feira para o autor do projeto, o deputado Peninha (MDB-SC) e avisou não ter pressa para colocar o assunto em pauta. Bolsonaro explicou que o tema é complexo e que gostaria de acompanhar as negociações de perto, já que esse assunto foi uma de suas principais bandeiras de campanha.

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Na prática, houve dois motivos para a decisão: o risco de não conseguir aprovar um tema tão polêmico em apenas dois meses e a chegada do juiz Sergio Moro para assumir o Ministério da Justiça. Bolsonaro não podia levar adiante um assunto tão importante para a segurança pública sem um posicionamento claro de seu principal ministro.

Além disso, se o presidente eleito resolver levar adiante a votação de parte da reforma da Previdência ainda neste ano não pode ter um projeto tão polêmico no meio do caminho para atrapalhar as negociações. Neste primeiro movimento político, Bolsonaro mostra que é mais pragmático do que imaginavam os seus adversários – e até mesmo os seus aliados.  

  

Correios

O novo presidente dos Correios, general Juarez Aparecido de Paula e Cunha, foi anunciado pelo ministro Gilberto Kassab (Comunicações), mas quem acompanhou todo o processo de perto foi o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão. Todo o processo de transição já será encaminhado pela nova equipe, inclusive com uma análise com lupa das contas da empresa. Os Correios estão na mira do processo de privatização.  

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O assessor 

Ex-chefe de gabinete do então ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, e atual secretário-executivo da Secretaria-Geral da Previdência, Pablo Tatim, aparece na lista da transição. Ele vai assessorar, sem remuneração, o ministro-extraordinário, Onyx Lorenzoni.  


Autonomia

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), deve se reunir nessa semana com integrantes do governo de transição para tratar do projeto que prevê autonomia ao Banco Central, uma das defesas de Bolsonaro. Será avaliada a possibilidade de aprovação do projeto ainda este ano. Se tiver chance, a proposta será dispensada das comissões para ir direto a votação em plenário. O deputado Celso Maldaner (MDB-SC) já está com o relatório pronto.   

 

Frase

Estamos vivendo mudança que não é só no Brasil. Uma mudança inclusive conservadora, em termos de costumes. Às vezes, na minha compreensão de mundo _ e é só na minha, não quer dizer que esteja certa _, perigosamente conservadora. Porque a tendência na humanidade é de direitos sociais que são conquistados, a gente não recua. – Ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia

 

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