Enquanto crescem os casos de coronavírus no país, o presidente da República está preocupado em se vacinar politicamente. Na esteira da campanha oficial irresponsável pela flexibilização do isolamento social, divulgada nas redes sociais, ele afirma que a perda de empregos e o impacto da pandemia na economia ocorrerá por culpa dos governadores, e questiona até mesmo os dados sobre mortos na Itália.

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Em uma narrativa que não encontra amparo nos números, Jair Bolsonaro chegou a dizer que o Brasil estava decolando na economia quando chegou o coronavírus e os governadores resolveram radicalizar.

É uma falácia. O país começou o ano patinando e a equipe econômica, sob forte pressão para levar adiante as reformas administrativa e tributária. Com o apoio de determinados grupos de empresários, o presidente mantém o discurso que é preciso voltar à normalidade. Mas não é o que o mundo está fazendo. 

Questionado, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, avisou que os comentários do presidente não mudam as recomendações dos técnicos da pasta, de diminuição de circulação nas ruas. 

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Bolsonaro conseguiu transformar a crise do coronavírus em uma guerra ideológica, colocando economia de um lado e saúde de outro, quando o correto é que as duas áreas andem juntas. O que o país precisa é de mais medidas, como a linha de crédito para o pagamento da folha de pequenas e médias empresas. Essa sim, uma decisão acertada do presidente, que precisa ser estendida para os microempresários. Agora é hora de Bolsonaro olhar para quem mais precisa e esquecer 2022.

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Doria vira o inimigo número um

A briga é fora de hora, mas Jair Bolsonaro e João Doria estão travando a disputa presidencial de 2022. Uma situação confortável para o presidente da República que acusa o governador do Estado mais rico do país de estar criticando o governo federal de olho na sucessão. E Doria, que assumiu o Palácio dos Bandeirantes já fardado para concorrer à presidência, aproveita o momento para firmar posição, sintonizada com especialistas em saúde.

Doria reclama que vem recebendo ameaças de morte e afirma ter indícios de que movimentos bolsonaristas sejam os responsáveis. Ele registrou um boletim de ocorrência. 

Comida na mesa 

Depois da reunião com os secretários da Agricultura, a ministra Tereza Cristina abriu um canal para monitorar a produção de alimentos e o abastecimento. Ela pediu aos secretários que avisem se houver qualquer problema de logística para transportar a safra ou produtos industrializados. A preocupação está concentrada na agricultura familiar, que costuma comercializar seus produtos em feiras e pequenos comércios. 

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