Apesar de ter sido alvo de implacável fritura, promovida pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, o ministro Onyx Lorenzoni optou por não chutar o balde. Ainda no aeroporto, de volta a Brasília, fez um discurso conciliador e disciplinado, não alterou a voz ou desafiou. Comprometido com a narrativa bolsonarista desde a campanha, Onyx sabe que tem um capital político a preservar e alimenta planos para o futuro.

Continua depois da publicidade

Na sexta-feira, já teve uma primeira reunião com o presidente, mas disse à coluna que a conversa definitiva sobre o seu futuro no governo ocorreria da manhã deste sábado. No quarto andar do Planalto, há outros ministros articulando para acumular a Casa Civil. Por isso, não se descarta a transferência de Onyx para outra pasta.

Bolsonaro começou o ano ameaçando a posição de Sergio Moro no Ministério da Justiça, mas recuou diante da reação de seus apoiadores nas redes sociais. Agora foi a vez de um aliado fiel enfrentar a berlinda.

Os conselheiros do ministro

Amigo de longa data e colega de partido no DEM, Abelardo Lupion (D) esteve ao lado de Onyx Lorenzoni nas últimas horas, ajudando a desenhar uma saída para a crise. O ex-deputado integrante da bancada ruralista, Lupion e Ronaldo Caiado (atual governador de Goiás) são conselheiros do ministro gaúcho.

Fiscalização aérea

Projeto do senador Lasier Martins (Podemos-RS) sobre o uso de aviões da FAB deve ser analisado nas primeiras sessões da Comissão de Relações Exteriores deste ano. Pelo menos foi o que prometeu o presidente Nelsinho Trad (PSD-MS). O assunto ganhou força após a confusão envolvendo o ex-secretário da Casa Civil que viajou de Davos à Índia em avião da FAB.

Continua depois da publicidade

Na proposta, Lasier prevê restrição ao número de integrantes dos três poderes que podem solicitar o serviço. Outra exigência é o envio de relatórios periódicos ao Tribunal de Contas da União (TCU) com os detalhes dos voos.