O presidente Jair Bolsonaro colocou o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro, na geladeira. Encaminhado ao Congresso com a reforma da Previdência, a proposta considerada o carro-chefe da pasta do ex-juiz foi deixada de lado pelos parlamentares. Nas redes sociais, apoiadores do presidente e de Moro passaram meses reclamando da má vontade de deputados e senadores. Agora, o próprio Bolsonaro assumiu publicamente o que todos já sabiam nos bastidores: o pacote não é uma prioridade absoluta do governo.

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– Lamento, mas tem que dar uma segurada. Eu não quero pressionar isso aí e atrapalhar, tumultuar lá.

A agenda econômica está no topo da lista do Palácio do Planalto. Convencido da urgência de ações com impacto no crescimento, o presidente resolveu pedir paciência ao ministro da Justiça. E fez isso publicamente. No melhor estilo bate e assopra, levou Moro a transmissão ao vivo de ontem. Amargando derrotas no parlamento e desgastado junto ao Supremo em razão do caso dos hackers, Moro não passa pelo melhor momento em Brasília. Parlamentares aliados comentam que ele já não faz questão de esconder o mal-estar.