O presidente eleito Jair Bolsonaro esteve perto de fazer um golaço na escolha do novo ministro da Educação, mas sucumbiu às pressões da bancada evangélica e acabou batendo na trave.
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Apadrinhado pelo conservador Olavo de Carvalho, o filósofo colombiano Ricardo Vélez Rodríguez reproduz os elogios ao golpe militar, críticas ao PT, questões de gênero e apoio ao projeto Escola Sem Partido.
Há, no entanto, pouca publicidade sobre o que ele pensa a respeito das carências do ensino médio, da escola em tempo integral, do piso do magistério ou o destino das universidades públicas federais.
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Ao se aproximar de Viviane Senna e Mozart Neves Ramos, Bolsonaro alimentou a esperança de quem torce para que a educação vire, de fato, prioridade no país. A relevância de Mozart, ex-secretário de educação de Pernambuco, para o setor poderia dar à pasta o status de terceiro superministério, ao lado de Paulo Guedes (Economia) e Sergio Moro (Justiça e Segurança). Com o MEC reforçado, teríamos uma trinca de ouro formatando a base das políticas de governo.
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Do jeito que está, ficou capenga. A Educação merecia um nome mais forte. Agora, no lugar de uma ideologia de esquerda, poderá ser implantada uma de direita, sem que isso signifique resultados efetivos.
A história do MEC mostra que teóricos não esquentam a cadeira ou conseguem colocar em prática as suas ideias. Festejado no governo Dilma, o professor da USP Renato Janine Ribeiro ficou apenas cinco meses no cargo. À época, foi substituído em uma reforma ministerial.
No extremo oposto do espectro político, Rodríguez corre o risco de também não ficar muito tempo na pasta.
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Mourão defende veto de reajuste do Supremo
O vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, afirmou em entrevista ao Jornal do Almoço que, se pudesse, faria um apelo ao presidente Michel Temer para que ele vete o aumento dos vencimentos dos ministros do STF.
O reajuste de 16,38% amplia o teto do funcionalismo e terá efeito cascata para Estados e municípios. É uma medida que atrapalha os planos do governo de instituir o ajuste fiscal. Mourão justificou que Bolsonaro considera indevido intervir no assunto, já que se trata de decisão do atual presidente.
Ministério reformulado
Integrante da equipe de transição da ministra Tereza Cristina (Agricultura), o deputado catarinense Valdir Colatto (MDB) adiantou à coluna a nova formatação da pasta. As áreas de irrigação, florestas, pesca, assistência técnica e agricultura familiar farão parte do ministério. Colatto não confirmou se ficará com alguma secretaria.
Reforma agrária
Para o futuro secretário de Assuntos Fundiários, Nabhan Garcia, acampamentos de sem-terra “são uma farsa”. Em conversa com a coluna, ele afirmou ainda que uma das prioridades do governo Bolsonaro será acabar com a invasão de terra:
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— Aquele que invadir será identificado e enquadrado na lei. É formação de quadrilha.
Leia a entrevista completa em https://bit.ly/2OZzPad.
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