Com a recriação do Ministério das Comunicações para acomodar um deputado do PSD, Jair Bolsonaro recebe o centrão oficialmente no governo, mandando às favas o discurso contra o toma lá dá cá. Embora não seja consenso entre os partidos que formam o poderoso grupo no Parlamento, o jovem Fábio Faria contou com o aval do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, para aceitar a empreitada.
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Amigos de Faria, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também ficaram contentes com a escolha do presidente. Para completar, Faria ainda é genro do empresário da comunicação Silvio Santos. Bolsonaro faz, portanto, dois movimentos com uma indicação.
Por trás da manobra, está a preocupação com um processo de impeachment. O presidente da República, que não priorizou a formação de uma base sólida no Congresso nem na época da reforma da Previdência, agora apela para o que chamava de velha política. É o estelionato eleitoral de Bolsonaro.
Dois em um
Até parlamentares experientes se surpreenderam com a decisão de Bolsonaro de fundir a Secretaria de Comunicação do governo, que trata dos contratos de publicidade, com o novo Ministério das Comunicações, que cuida das concessões. À frente da relação com os veículos de imprensa, Fabio Wajngarten será o secretário-executivo da nova pasta. Ex-ministro das Comunicações, o deputado André Figueiredo (PDT-CE) afirma que é inadmissível que o mesmo órgão regulador seja o contratante de publicidade.
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