Com a economia em viés de alta, aliados do presidente alimentam a esperança de uma versão Bolsonaro paz e amor para 2020. Ministros, assessores e parlamentares que, claro, não integram a ala ideológica do governo, esperam que o presidente se concentre mais nas questões econômicas e menos em polêmicas que possam gerar incertezas.
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A agenda da equipe econômica, com as reformas tributária e administrativa é pesada e o tempo é curto para aprovação no Congresso em um ano eleitoral. Além disso, o presidente ainda entra o novo ano com o fantasma das investigações envolvendo o filho Flávio Bolsonaro, assombrando o Palácio do Planalto. Uma situação que requer alianças estratégicas e um pragmatismo que, até agora, o presidente não apresentou.
Sem declarações esdrúxulas do presidente ou familiares – sobre a volta do AI-5, por exemplo – a expectativa é de que a economia cresça na esteira dos juros baixos e das reformas e o emprego volte a aparecer. O nome do jogo é estabilidade política. Mas há um entrave para que o Bolsonaro 2.0 seja colocado em prática: a crença do próprio presidente na necessidade de manter viva a polarização e a paixão de seus eleitores mais fiéis, aqueles que vibram quando o presidente xinga um jornalista ou culpa – sem provas – ongs pelas queimadas na Amazônia.