Com decisões que desagradaram o presidente Michel Temer, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Roberto Barroso virou o novo alvo dos governistas. Aliados do Planalto passaram a fazer discursos para tentar desconstruir a imagem do ministro, a exemplo do que fizeram com o ex-procurador Rodrigo Janot, responsável pela apresentação de duas denúncias contra Temer. As primeiras ações já começaram. Ao lado do ministro Torquato Jardim (Justiça), o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) defendeu o impeachment de Barroso por suas decisões sobre a queda de sigilo bancário de Temer e sobre as mudanças no decreto de indulto de Natal. Discursos semelhantes começarão a ser repetidos na tribuna da Câmara por deputados escalados pelo Planalto. Preste atenção!

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No voto

Após 14 anos em análise na Câmara, o projeto que criará a nova lei de licenciamento ambiental irá ao plenário com ou sem consenso. Após reunião da bancada ruralista ontem, o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) afirmou que possíveis divergências serão discutidas no dia da votação. Uma delas deixa para os Estados e municípios decidirem o grau de rigor do licenciamento e as exigências para atrair mais empreendimentos. O relator, deputado Mauro Pereira (PMDB-RS), prevê a votação da proposta a partir do dia 20 de março.

Sem vista

Há oito dias no presídio da Papuda, em Brasília, o deputado João Rodrigues (PSD-SC) ainda não recebeu visitas. A previsão é de que a mulher do parlamentar viaje até a Capital nos próximos dias. Enquanto isso, o gabinete prepara a documentação pedida pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, que analisará o pedido dele para retomar as atividades na Câmara durante o dia.

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Interesse geral

Um grupo de advogados criminalistas participou da sessão mensal do plenário da OAB para pedir que o presidente da Ordem, Claudio Lamachia, manifeste-se contra a iminente prisão do ex-presidente Lula. Por trás da solicitação, o interesse é que a OAB pressione a presidente do STF, Cármen Lúcia, a levar a julgamento o caso da prisão em segunda instância.

– Não tomamos decisões por causa de pressões ou casos específicos – respondeu Lamachia.

Frase 

“Eu não lido. Eu não me submeto à pressão”

Cármen Lúcia, presidente do STF, ao ser questionada sobre o lobby para revisar previsão de prisão a partir da decisão da segunda instância.

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