O presidente Jair Bolsonaro está articulando para sair do isolamento. A tentativa frustrada de demitir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no início da semana, foi um sinal de alerta.
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Nos últimos dois dias, Bolsonaro chamou lideranças dos partidos do centrão para conversas e, pela primeira vez em mais de um ano de mandato, falou na necessidade de formar uma “sólida base de apoio no Congresso”.
A reunião com o ministro da Saúde também foi para selar a paz. Os dois conversaram sobre leitos de UTI. Ao final do dia, Mandetta disse que o presidente não está pressionando pela ampliação do uso da cloroquina no tratamento dos doentes.
– O presidente entende que é uma questão complexa – disse o ministro.
Mandetta ainda puxou a orelha do governador de São Paulo por ter tentado assumir a paternidade da utilização da cloroquina. João Doria afirmou que foi o médico David Uip – responsável pela política contra a doença no Estado – quem sugeriu a aplicação do medicamento ao Ministério da Saúde.
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Doria é, hoje, o principal adversário político do presidente Bolsonaro. Politizar o uso de um medicamento beira o ridículo. A Secretaria de Comunicação do Planalto chegou a publicar um texto nas redes sociais alardeando os resultados da substância no tratamento do coronavírus. Como disse Mandetta, essa é uma questão para o Conselho Federal de Medicina.
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Plantão de segurança
Enquanto durar a crise do coronavírus, secretários de segurança participarão de videoconferências, pelo menos duas vezes por mês, com o ministro da Justiça, Sergio Moro. Em pauta, o que eles chamam de matriz de risco, ou seja, medidas que serão avaliadas conforme o cenário.
A possibilidade de aumento de crimes patrimoniais ou até mesmo saques, em razão de um eventual agravamento da questão econômica, entram nas análises de situação, embora não exista nada de concreto neste sentido.
Merenda escolar
O MEC lançou cartilha para orientar Estados e municípios na distribuição de merenda escolar para famílias de alunos. Os kits, com produtos da agricultura familiar, devem ser feitos pela nutricionista responsável pela escola. Os pais serão orientados sobre a higienização, dentro das regras de combate ao coronavírus.
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