A pesquisa Datafolha cristaliza a polarização entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) e a disputa entre os dois campeões de rejeição. O levantamento, no entanto, deixa o PT em alerta: a rejeição de Haddad passa de 32% para 41%, resultado da maior exposição do candidato e também do chamado efeito Antonio Palocci. A pesquisa foi a campo depois da decisão do juiz Sergio Moro de retirar o sigilo da delação do ex-ministro da Fazenda que atinge diretamente o ex-presidente Lula e, por osmose, Haddad. 

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Outro fator desfavorável ao petista nesta reta final é que ele está tecnicamente estagnado em 21%, sinal de que nos últimos dias a transferência de votos do padrinho congelou. O antipetismo ganhou força depois das manifestações do último fim de semana, pró e contra Bolsonaro. O antídoto do PT será reforçar a campanha no Nordeste, reduto de Lula. Já Bolsonaro, que deixou o hospital há poucos dias, cresceu na pesquisa. Apesar das manifestações do fim de semana e das frases polêmicas dos aliados, ele subiu quatro pontos, passando de 28% para 32%. Essa reação, identificada também pelo Ibope na segunda-feira, já serviu para tirar do armário aliados que há tempos desejavam escancarar apoio. 

A Frente Parlamentar da Agropecuária, ou bancada ruralista, assumiu oficialmente que está com Bolsonaro. A tendência é de que outros nomes de partidos do centrão, na ânsia de pegar uma carona eleitoral na pesquisa, também assumam a preferência nos próximos dias. Empolgado com as adesões, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) – integrante do comando de campanha do capitão – faz questão de apostar em vitória no primeiro turno. A fotografia do Datafolha, porém, ainda não permite essa conclusão. Na sequência, Ciro Gomes (PDT) mantém 11%, Geraldo Alckmin foi de 10% para 9% e Marina Silva, de 5% para 4%. A esperança deste pelotão agora é que o desempenho no debate da Globo pese na decisão do eleitor. 

 

 

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Consulta

A presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Tereza Cristina, consultou o deputado Valdir Colatto (MDB–SC), antes de fechar o comunicado a favor de Bolsonaro. A favor do candidato do PSL, o catarinense deu aval para uma decisão oficial. Entre os compromissos de Bolsonaro com os ruralistas está a fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente.

 

Longe de Haddad 

Impedido de votar porque teve os direitos políticos cassados, o petista José Dirceu estará longe do núcleo político do PT no dia da eleição. O ex-ministro não acompanhará a apuração em São Paulo com Fernando Haddad ou no Paraná, onde está preso o ex-presidente Lula. Em viagem pelo país para divulgar o seu livro, Dirceu estará em Belém do Pará. Depois de manifestações polêmicas, em que ele disse que o PT iria “tomar o poder”, o ex-ministro reconheceu que foi infeliz nas declarações.

 

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