É, no mínimo, constrangedor o Brasil estar vivendo o momento em que um deputado federal, eleito para seu terceiro mandato, se vê obrigado a deixar o país. Jean Wyllys (PSOL-RJ) não aguentou as ameaças de morte, o preconceito, os xingamentos e empurrões sofridos, inclusive, na presença de seguranças e não volta mais ao Brasil. Wyllys afirma que não levava a sério as ameaças de morte, mas tudo mudou após o assassinato de Marielle Franco, também do PSOL. Seu relato ao jornal Folha de S.Paulo é forte.
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Os ataques nas redes sociais chegaram a vir daquelas que deveriam fazer a lei prevalecer. Não pode ser considerado aceitável que uma desembargadora defenda a execução de uma pessoa e ainda ironize que esta não valeria a bala e nem a lambança.
Desafeto do presidente, foi ele quem cuspiu na cara do então deputado Jair Bolsonaro durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Wyllys creditou parte de sua decisão à informação de que Flávio Bolsonaro empregou parentes de ex-PM acusado de participar de milícias. E Wyllys não é o único. Em dezembro, a polícia descobriu um plano para matar o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), conhecido pela luta contra as milícias do Rio.
Em 2011, Freixo ficou duas semanas fora do país também por ameaças de morte. Preconceitos e posições políticas à parte, precisamos lembrar que a situação é, sim, grave. Não podemos aceitar que o preconceito e a violência vençam. Mas foi o que aconteceu desta vez.
Ajuda federal
O governador Carlos Moisés se reuniu quinta-feira (24) com o ministro Gustavo Canutto (Desenvolvimento Regional), em Brasília. Moisés fez um apelo pra que o governo federal libere recursos para prevenção de desastres naturais. O governador ressaltou que só assim Santa Catarina poderá evitar casos como o dessa semana quando uma menina de 12 anos morreu soterrada devido a um deslizamento provocado pelas cheias. Canutto não garantiu a liberação de dinheiro.
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Rodovias
Carlos Moisés também se reuniu com o ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura) que prometeu a liberação de R$ 68 milhões para a obra de duplicação da BR 280. De acordo com o ministro, até o final do ano devem ser entregues mais 12 quilômetros da duplicação da BR 470 e concluída a duplicação da BR 282, na grande Florianópolis, no acesso à via Expressa.
Deslocado
Parlamentares do PP avaliam que o partido perdeu o timing em relação à eleição à presidência da Câmara e ficou deslocado. O atual presidente Rodrigo Maia (DEM) conquistou o apoio de PSL para tentar a reeleição, com a promessa de cargos. Com a terceira maior bancada, agora o PP precisa correr atrás em busca de espaço na mesa e no comando de comissões importantes da Casa.
Frase
"Eles estão fazendo seu trabalho de maneira normal. O governo nunca vai interferir no trabalho dos investigadores ou no trabalho com promotores." – Ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, ao afirmar que governo não vai intervir na investigação das transações financeiras suspeitas envolvendo o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) e seus assessores.