Fez bem a ministra Cármen Lúcia ao abrir os trabalhos com um discurso em defesa da Justiça, em resposta aos ataques do PT. Não se podia esperar outro posicionamento da presidente da mais alta Corte diante do clima acirrado que se instalou depois do julgamento e condenação do ex-presidente Lula no TRF4. É claro que uma decisão judicial pode ser contestada, inclusive com inúmeros recursos disponíveis. Alternativas ainda mais acessíveis a quem tem condições de arcar com os altos custos de badalados advogados. Mas a presidente do Supremo reforçou:

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– O que é inadmissível e inaceitável é desacatar a Justiça, agravá-la ou agredi-la – flechou a ministra.

Rodeada por autoridades enroladas, Cármen Lúcia mandou recado a quem pressiona para que Lula não seja preso depois da condenação em segunda instância. Discurso que ganhará ainda mais força se o STF cumprir a sua função em 2018, acelerando  os julgamentos de poderosos protegidos pelo manto do foro privilegiado.

ROLETRANDO

Enquanto o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) defendia a aprovação da reforma da Previdência ainda em fevereiro, o vice-líder do governo Fábio Ramalho (PMDB-MG) criticava a comunicação do Planalto, citando a participação do presidente Michel Temer em programas populares:

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— O governo precisava de vários “Silvios Santos”. Muita gente não entendeu a reforma.

PACIÊNCIA

O líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (PSDB-SC), minimiza o baixo rendimento do governador Geraldo Alckmin (SP) na pesquisa para Presidência. Ele pede tempo. Lembra que Lula e Bolsonaro já estão com o bloco na rua e aposta que Alckmin decolará a partir de abril, quando passará a se dedicar à campanha.

FORA DO TOM

Nada contra manifestações de qualquer categoria. Mas os protestos de juízes e procuradores pelo engavetamento da Reforma da Previdência ficaram fora do tom. Ainda mais porque a campanha se estende à tentativa de garantir o auxílio-moradia.

CONGELOU

O governo federal confirmou que o plano safra 2018/2019 da Agricultura Familiar deve ficar em R$ 30 bilhões, o mesmo valor anunciado no ano passado.

FRASE

— Em princípio, nosso texto é o relatório do deputado Arthur Maia. Porém, se nos mostrarem por A, B e C que efetivamente nos garantam os votos para que possamos aprovar, é possível ainda que se façam mudanças — do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, ao confirmar que o governo aceita mudar o texto da reforma da Previdência.

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