
A aprovação a toque de caixa da admissibilidade da reforma tributária na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) é a prova de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) não estava brincando quando avisou que o parlamento tomaria conta da pauta econômica.
Continua depois da publicidade
Embora tenha assumido o compromisso com o ministro Paulo Guedes (Economia) de respeitar o trâmite da reforma da Previdência, considerada prioritária, Maia tentará emplacar o quanto antes o texto com a simplificação da cobrança de tributos apresentado pelo líder do MDB na Câmara, Baleia Rossi (SP).
Maior bandeira do setor privado, essa pauta jamais progrediu em governos anteriores por falta de vontade política, de acordo com os Estados e consenso com empresários. Hábil na costura de acordos, Maia promete costurar esses interesses, deixando a sua marca e fortalecendo o parlamento. Tudo isso, em um ambiente em que o governo Bolsonaro ainda não conseguiu construir uma estabilidade política a ponto de comandar as reformas com alguma possibilidade de sucesso.
Em reunião com parlamentares do Nordeste, o presidente da República afirmou que ainda apresentará um projeto com possibilidade de gerar uma receita ainda maior que a Previdência. Só não disse o que é. Surpreendidos com a promessa, deputados dispostos a defender as mudanças nas aposentadorias reclamaram que a declaração fragiliza as negociações.
Continua depois da publicidade
Um parlamentar não perdeu a oportunidade de uma piada, em uma referência a Guedes:
— Será que vão estatizar o Posto Ipiranga?
Frase
“Eu acho que vai ser difícil que eles [os estados] fiquem, mas eu, pessoalmente, continuo solitariamente defendendo que o sistema é único. (…) Não adianta revolver o problema previdenciário da União e deixar a Previdência dos estados gerando déficits enormes”.
Do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ao reconhecer que será difícil que os Estados sigam no texto da reforma da Previdência.
Descongelou
Reitores de universidades e institutos federais que estiveram ontem com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, escutaram que o Planalto está tratando “equivocadamente de forma ideológica a questão da Educação”. Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, falou em troca de gestos: a liberação de R$ 1,2 bilhão para o Ministério da Educação está vinculada a aprovação pelo Congresso do projeto de crédito suplementar de R$ 248,9 bilhões para o governo federal.
Sondagem
— Esse é o meu sonho!
A frase é do deputado Orlando Silva (PCdoB) sobre a ideia de Manuela D’Ávila concorrer à prefeitura de São Paulo. O parlamentar já conversou, inclusive, com o PDT sobre a possibilidade de um eventual apoio. Ele disse que a recepção foi positiva. Manuela concorreu à vice na chapa de Fernando Haddad (PT) à presidência da República na última eleição. Procurada pela coluna, Manuela não se manifestou.