Apesar de desidratada, a reforma da Previdência que está prestes a ser aprovada pelo Congresso é a mudança mais robusta já realizada nas aposentadorias dos brasileiros e com importante impacto fiscal. Esse é um passo fundamental para a retomada da recuperação, mas apenas um degrau.
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Relator da proposta no Senado, Tasso Jereissati alerta que outras medidas importantes precisam ser tomadas, incluindo ações da equipe econômica e a estratégia de discursos do presidente da República. De olho na manutenção do eleitorado raiz para 2022, Jair Bolsonaro continua alimentando a polarização e, como consequência, a instabilidade.
No dia da aprovação da reforma na CCJ, ele atacou o pai da ex-presidente do Chile Michele Bachelet, suscitando resposta direta do atual governo chileno. Além disso, reconheceu que poderá flexibilizar o teto de gastos – mandando a austeridade fiscal para o espaço – e ainda voltou a alimentar crise na Polícia Federal. Bolsonaro tem todos os motivos para comemorar as mudanças na Previdência e preparar a próxima cartada rumo à recuperação da economia. Desta vez, o Congresso está disposto a ajudar. É só descer do palanque.
Tem padrinho
A indicação do novo presidente do FNDE, Rodrigo Dias, tem o carimbo do presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira (PI). Nos corredores do Senado já se fala que o presidente Bolsonaro já começou a pagar o preço da indicação do filho Eduardo Bolsonaro à embaixada do Brasil nos EUA. Ciro anunciou apoio a Eduardo nesta semana.
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