O apoio do centrão ao presidente eleito Jair Bolsonaro começa a semana um pouco mais caro. Integrantes dos partidos que formam esse forte grupo na Câmara identificam no episódio do ex-motorista de Flávio Bolsonaro uma primeira fragilidade do futuro governo.
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Constrangido, o futuro ministro da Justiça Sérgio Moro defendeu apuração sobre as movimentações bancárias do ex-assessor de Flávio Bolsonaro. Para Moro, o presidente já apresentou os esclarecimentos. Quem tem experiência em casos como esses, no entanto, aposta que a história ainda vai longe e que Bolsonaro precisará fortalecer ainda mais as relações no Congresso para neutralizar a oposição.
O que esses partidos querem para continuar afiançando fidelidade são cargos de segundo e terceiro escalões no futuro governo. Com os ministros definidos, a equipe de transição entra nesta nova etapa. As bancadas já têm as vagas nos Estados mapeadas. Esse caso do motorista está longe de atingir o presidente eleito a ponto de torná-lo refém dos aliados. Mas, como diz um deputado, Bolsonaro já tem um laço amarrado no pé.
Rosa no tom
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, a ministra Rosa Weber fez um completo e sempre necessário discurso lembrando da Declaração Universal dos Direitos Humanos na cerimônia de diplomação do presidente eleito e do vice Hamilton Mourão. Especialista em polêmicas, a deputada eleita Joice Hasselmann (PSL) não gostou. Nas redes sociais ela fez questão de classificar a fala da ministra de fora do tom.
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Confuso
O futuro ministro da economia, Paulo Guedes, atrapalhou-se na hora de ir para a cerimônia de diplomação de Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Primeiro Guedes foi parar na sede da transição no Centro de Convenções Banco do Brasil (CCBB).
Ao chegar ao local, foi questionando por jornalistas se não iria na diplomação, quando declarou que foi “para o lugar errado”. Guedes, então, entrou no carro correndo e saiu para o TSE. Pouco tempo depois retornou. O futuro ministro teria esquecido o convite. Apesar dos contratempos, Guedes retornou ao TSE e chegou minutos antes de começar a diplomação.
No foco
O presidente eleito Jair Bolsonaro quis saber do deputado Jerônimo Goergen (PP) o tamanho do custo da negociação do Funrural para a União. A conversa foi ontem pela manhã, em razão da pressão de ruralistas pela votação da proposta sobre dívidas do setor. Se depender do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, a proposta não será votada neste ano.
Caminhoneiros
Líderes de caminhoneiros estiveram no prédio do governo de transição, em Brasília, entregando as principais reivindicações do setor. Piso mínimo do frete e aposentadoria aos 25 anos de trabalho são alguns dos pontos do documento. O deputado Covatti Filho (PP), que acompanha o setor, afirma que eles foram ouvidos e terão diálogo no governo.
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Frase
Sabemos que a corrupção não parou com o Mensalão, não parou com a Lava-Jato, ela tem mudado de formas.” – Raquel Dodge, procuradora-geral da República durante seminário em comemoração ao Dia Internacional de Combate à Corrupção