Que o MDB não se empenharia para eleger Henrique Meirelles, todos sabiam desde o início da campanha à presidência. A novidade em termos de infidelidade, nesta reta final antes do segundo turno, é a pulada de cerca de tucanos e demais aliados que embarcaram na candidatura de Geraldo Alckmin.

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Integrantes da cúpula do PSDB estão abandonando o barco e fazendo acenos a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), que continua liderando as pesquisas. Sem assumir a mudança de voto, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) rasgou elogios ao capitão em uma entrevista. Vice na chapa do tucano Antonio Anastasia (MG) ao governo de Minas, Marcos Montes (PSD), disse que, se Alckmin não reagir, a chapa deve apoiar Bolsonaro.

Em São Paulo, o voto Bolsodoria não pode ser ignorado por tucanos, sendo que João Doria – candidato ao governo – flerta com o inimigo. Esse movimento acontece porque Alckmin não conseguiu empolgar o eleitorado até agora e também provocado por interesses regionais. Mais preocupados com o próprio destino político do que com o rumo nacional do partido, esses candidatos preferem atrelar as suas imagens a quem está com firmes chances de ir para o segundo turno. E mais: são políticos que precisam reforçar a imagem de antipetista para manter o eleitorado mobilizado. A pesquisa CNI/Ibope mostra o tucano estacionado em 8%, embora tenha elevado o tom contra os adversários nos últimos dias.

 

 O impopular

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Alvo de críticas dos presidenciáveis e abandonado por antigos aliados, Michel Temer está com a popularidade ainda mais baixa. De acordo com pesquisa CNI/Ibope, 82% consideram o governo ruim ou péssimo. Em junho esse percentual era de 79%. Apenas 4% consideram ótimo ou bom. O índice de rejeição da CNI/Ibope se igualou ao da pesquisa Datafolha de junho, quando Temer se tornou o presidente mais impopular da história do país. No discurso na ONU, Temer afirmou que entrega um país melhor do que encontrou. 

 

Tranquilão

Tem chamado a atenção da candidata a vice Manuela D’Ávila (PCdoB) a tranquilidade de Fernando Haddad (PT), inclusive nos momentos considerados mais tensos da campanha, como debates ou a entrevista ao Jornal Nacional. Em recente agenda, no Recife, com grande aglomeração de eleitores, o candidato estava sereno. Mas quando o assunto é a esposa, Ana Estela, aí ele se preocupa em mantê-la protegida.  

 

Cancelou

Concentrado nos debates, Ciro Gomes (PDT) cancelou as agendas de rua até domingo (30), após ter passado por um procedimento cirúrgico na próstata. Com isso o pedetista foi obrigado a cancelar as agendas que teria pela região Sul do país. Ainda não está certo se o compromisso em Santa Catarina será reagendado para a última semana antes da eleição.   

 

FRASE 

"Fiz uma análise severa da extensão e profundidade da corrupção no Brasil e uma crítica à própria atuação do STF. Todavia, o tom excessivamente ácido que empreguei não corresponde à minha visão geral do Tribunal".  – Ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso ao recuar, por meio de nota, das críticas que fez a Corte em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, na qual afirmou que há gabinetes distribuindo senha para soltar corrupto.  

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