Dentro e fora do Supremo Tribunal Federal o clima é de alta tensão. A decisão do STF de adiar uma definição sobre o pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula só serviu para acirrar ainda mais os ânimos. Enquanto a articulação política aumentou junto aos gabinetes dos próprios ministros, do lado de fora, a Polícia Militar do Distrito Federal precisou preparar um esquema especial de segurança para evitar conflitos. A exemplo do que ocorreu na votação do impeachment, os manifestantes serão separados por grades. De um lado estão aqueles que defendem Lula e, de outro, os que pedem a prisão imediata do petista. Mas o julgamento de hoje não se limita ao destino do ex-presidente. A decisão da Corte também indicará se os demais presos em segunda instância serão ou não soltos, mobilizando também procuradores da Lava-Jato e juízes. O julgamento de hoje é histórico, mas o plenário do STF está fragilizado. Ministros, como Gilmar Mendes, não se preocuparam em tornar públicas suas posições políticas, abrindo flanco para todos os tipos de pressão e desconfianças.  

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Colateral 

O presidente Michel Temer está mais uma vez refém da Câmara. Temendo a apresentação de uma terceira denúncia, o peemedebista deve abrir os cofres dos ministérios a partir da próxima semana, contemplando municípios indicados por aliados.

Dobradinha

Do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, logo depois da filiação de Henrique Meirelles ao PMDB:

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— Tínhamos um, agora temos dois candidatos a presidente.

Dobradinha 2

Jingle de campanha e cartazes com as fotos de Michel Temer e Henrique Meirelles chamaram a atenção de quem foi à filiação do ministro da Fazenda ao PMDB. O tom do material é de campanha, colocando Temer em primeiro plano. Como se tudo tivesse sido preparado antes das prisões dos amigos do presidente.  

Segurança

O governo de Santa Catarina pediu ao BNDES um empréstimo de R$ 75 milhões para investir em segurança pública. A intenção é ampliar o número de vagas nos presídios e melhorar a qualidade do sistema prisional por meio do programa “Pacto por SC”. A expectativa é de que o contrato seja assinado antes das eleições.

Frase

“O princípio de presunção da inocência é uma garantia individual importante em todos os países, é importante também no sistema brasileiro. No entanto, apenas no Brasil o Judiciário vinha entendendo que só se pode executar uma sentença após quatro instâncias judiciais confirmarem uma condenação. Este exagero aniquila o sistema de Justiça exatamente porque uma Justiça que tarda é uma Justiça que falha”.

Da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendendo a prisão após condenação em segunda instância.

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