Na quinta-feira da reconciliação, o discurso de fim de crise foi mais para manter as aparências. Parlamentares de partidos alinhados ao governo ainda não estão convencidos de que a troca de farpas entre os presidentes da República, Jair Bolsonaro, e da Câmara, Rodrigo Maia, chegou ao fim.
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— De que adianta? Os adultos passam o dia conversando, aparando as arestas, mas chega o final de tarde e corremos o risco do presidente dar uma canelada em alguém – comentava um deputado, observando o final da reunião entre Maia e Paulo Guedes.
O ministro da Economia não escondeu a preocupação com o nível de tensão entre a Câmara e o Palácio do Planalto. Paralisação das negociações envolvendo a reforma da Previdência é a prova de que o presidente erra ao manter a corda esticada, como se ainda estivesse em campanha. Questionado sobre o mal-estar, Bolsonaro disse que foi chuva de verão. Aliados torcem para que não vire uma tempestade.
Largada
O nome do líder do Novo, deputado Marcel Van Hattem, chegou a ser sugerido para o governo e para o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Felipe Francischini (PSL-PR), para relatar a reforma. Venceu, no entanto, a tese de que entregar a primeira relatoria para o partido do presidente daria mais força nesta largada.
Logo ali
Enquanto o Congresso se concentra no resgate da reforma, Fernando Haddad retoma a caravana pelos Estados, de olho nas eleições de 2022. As agendas ainda estão sendo fechada, mas o petista deve passar por Porto Alegre (RS), Criciúma (SC) e Curitiba (PR) nos dias 5, 6 e 7, respectivamente.
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Elogio
Em sua transmissão ao vivo no Facebook, o presidente Jair Bolsonaro elogiou o trabalho do catarinense Jorge Seif Junior à frente da Secretaria Nacional da Pesca, afirmando que ele faz um "excepcional trabalho e que foi uma brilhante aquisição do governo”. Seif Júnior já está em Israel, para onde Bolsonaro viaja no sábado, para ver como é feita a piscicultura no deserto.
Frase
"Tem problema sim, ele é novo no assunto, não tem o tato político, vou conversar com ele e tomar as decisões que tiver que tomar."
Do presidente Jair Bolsonaro ao ser questionado sobre o ministro da Educação, Ricardo Vélez. O presidente não respondeu se Vélez permanecerá no cargo.