Parlamentares fieis ao presidente eleito Jair Bolsonaro são contra a votação da reforma da Previdência ainda neste ano. Deputados da linha de frente do novo governo, como Major Olímpio (PSL-SP), Luís Carlos Heinze (PP-RS) e Esperidião Amin (PP-SC) reclamam do texto encaminhado pelo presidente Michel Temer e defendem mudança na proposta ou votação apenas em 2019.  Senador eleito, Amin alerta que a proposta não combate os privilégios.

Continua depois da publicidade

Quem conhece o plenário alerta que se o governo sair derrotado, terá dificuldades para voltar com o assunto no primeiro semestre, quando o eleitor ainda estará em lua-de-mel com o presidente. Essa resistência explica a posição do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Apontado como próximo ministro da Casa Civil, ele defende uma reforma ampla apenas ano que vem, mas foi desautorizado pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. 

– Minha missão é proteger o capital político do novo presidente – afirmou Onyx à coluna. 

Em entrevista, Bolsonaro também falou em reforma ainda neste ano. Guru econômico do presidente e preocupado com o ajuste fiscal, Guedes tem pressa, mas conhece pouco os meandros do Congresso. A disputa entre as áreas política e econômica de um governo não é novidade. A inovação no caso da equipe de Bolsonaro é que os desentendimentos começaram antes mesmo da posse. 

 

Transição 

O deputado Onyx Lorenzoni entrega nesta quarta-feira ao ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) uma lista com pelo menos 20 nomes que integrarão a transição de governo. As equipes serão divididas em setores, como Secretaria Geral, Economia e Infraestrutura. Na nova configuração da Esplanada, Bolsonaro reduzirá o número de ministérios de 29 para no máximo 16.

Continua depois da publicidade

 

Fusão

Ainda está em estudo a fusão dos ministérios das Cidades e da Integração Nacional, que se tornaria um superministério dedicado aos municípios. Já está certo que as pastas da Agricultura e do Meio Ambiente serão uma só, assim como Educação e Cultura. 

 

Os sem-auxílio 

Deputados do Novo que assumirão o mandato no ano que vem abriram mão do auxílio-moradia e de parte do cotão, a verba liberada mensalmente para que o parlamentar gastar com alimentação, aluguel de veículo e escritório, divulgação do mandato, entre outras despesas. Os parlamentares terão que tirar do bolso o dinheiro para pagar a estada nos dias de atividade em Brasília.

 

Frase 

– Apenas tenho a dizer publicamente que fico honrado com a lembrança. Caso efetivado oportunamente o convite, será objeto de ponderada discussão e reflexão.  – Sérgio Moro, juiz, sobre a declaração do presidente eleito Jair Bolsonaro que pretende convidá-lo para ser ministro da Justiça ou indicá-lo para o Supremo Tribunal Federal. 

 

Leia também:

Santa Catarina: prioridade é a Fazenda

Gilmar Mendes pauta nesta quarta julgamento de recurso a favor de João Rodrigues