Não surpreende a decisão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), de devolver ao Executivo a Medida Provisória que determinava a escolha do reitor biônico durante o período da pandemia. Publicada no início da semana, pegou de surpresa as universidades que já estão com o processo de eleições em andamento.

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Alcolumbre devolveu a MP para o Executivo com a justificativa de que a lei é inconstitucional. Se não houvesse esse gesto político, a tendência é de que a medida fosse anulada por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente do Senado não teve escolha. Ele foi pressionado pelos líderes dos partidos que avisaram que o governo sofreria uma derrota devastadora no plenário, caso o texto fosse à votação. Na Câmara também já havia voto para derrubar a iniciativa do Ministério da Educação.

Essa é a segunda derrota do ministro Abraham Weintraub no Congresso em menos de um mês. No dia 2 de junho caducou uma medida provisória que determinava mudanças nas regras da escolha dos reitores. Contrariado, o ministro resolveu apelar para um ato ainda mais radical. Weintraub, que já reclamou de “balbúrdia” nas universidades federais, tem uma obsessão pelo controle das instituições de ensino. Deixa de lado assuntos mais urgentes para levar adiante uma cruzada antidemocrática. O Congresso reagiu.