O adiamento da data do Enem é uma questão de bom senso. A medida já deveria ter sido tomada pelo Ministério da Educação (MEC), levando tranquilidade aos estudantes, pais e professores. O ministro Abraham Weintraub preferiu manter a data original, em novembro, investindo até mesmo em uma campanha nacional para que os alunos se preparem.
Continua depois da publicidade
>Em site especial, saiba tudo sobre o coronavírus
Em tempos de pandemia, a grande pergunta é: como se preparar de maneira adequada? Se para os estudantes da rede privada já é complicado em razão do atraso no calendário escolar, para aqueles que dependem da rede pública as dificuldades são ainda mais duras. Há um abismo entre esses jovens na hora do acesso à tecnologia. A crise provocada pelo coronavírus evidenciou ainda mais as desigualdades e a carência histórica de investimentos do Brasil em saúde, infraestrutura em áreas de periferia e, como não poderia deixar de ser, na educação.
Diante da dificuldade de diálogo com o MEC apesar dos apelos, especialistas em educação foram ao Congresso. A reunião de líderes de partidos do Senado decidiu levar hoje a votação uma proposta que adia a data das provas. O acordo com o governo é de que o Enem seja realizado ainda neste ano, em dezembro. Um senador que saiu do encontro convencido a votar a favor do adiamento só não tem certeza da posição do Planalto.
– Eles fecham um acordo hoje e não cumprem amanhã. Mas o certo é adiar – disse o parlamentar.
Continua depois da publicidade
Torneira fechada
Representantes da indústria reclamam que falta crédito às empresas e aos consumidores. Nas reuniões com o governo federal, no entanto, o principal assunto do presidente Bolsonaro é o fim do isolamento e a retomada urgente das atividades econômicas. Base sólida de apoio ao presidente, o empresariado precisa afinar o discurso.