Representante da ala ideológica do governo, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, amarga a segunda derrota da semana com o adiamento do ENEM. Ele chegou a investir em uma campanha, argumentando que mudar a data das provas poderia significar perder o ano, pedindo para que os alunos continuassem estudando.

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Especialistas em educação, no entanto, partiram para uma campanha, argumentando que o calendário escolar está atrasado. Além disso, a desigualdade  entre alunos das escolas privadas e públicas ficou ainda mais evidente com a pandemia. De acordo com a ONG Todos pela Educação, cerca de 30% dos alunos das escolas pública não têm acesso a internet.

Esse apelo ao Congresso. Os senadores aprovaram o adiamento do ENEM com folgada maioria. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), então, mandou o recado: se o governo não resolvesse logo o impasse, a Câmara votaria a nova data. Para não ser atropelado, Weintraub cedeu adiar em até dois meses. Partidos de oposição na Câmara ainda pressionam para o adiamento se estender até o fim da pandemia.

A fidelidade de Weintraub a Bolsonaro, no entanto, começou a ser desafiada no início da semana. O Planalto determinou que ele aceite uma indicação do Centrão para assumir o milionário Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

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