Em tempos de rombos nas contas públicas, o acordo que assegurou o reajuste dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) é irresponsável. Os presidentes da República, Michel Temer, do STF, Dias Toffoli, e do Congresso, Eunício Oliveira (MDB-CE), acertaram o aumento em troca do fim do auxílio-moradia. Mas esse privilégio jamais deveria ter existido e há muito deveria ter sido extinto. Impopular, o benefício entrou na negociação como uma compensação.

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Mas é só para inglês ver. O maior problema desse reajuste é o efeito cascata, que vai pesar nas contas dos Estados e dos municípios. Sem falar que outras categorias da cúpula do funcionalismo também passarão a pressionar o Congresso por reposições salariais.

O início do próximo ano será de cinto apertado para investimentos nas áreas mais importantes. Além disso, o governo federal exigirá um sacrifício de todos na votação de uma reforma da Previdência. Há, no entanto, uma elite que vive em uma bolha onde a crise não existe, financiada por um país em crise. 

 

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Verde oliva

Tudo indica que a Casa Civil perderá poder com o novo secretário de governo anunciado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. Único ministro do núcleo duro do governo com forte interlocução junto ao Congresso, Onyx Lorenzoni deverá se concentrar na área política. Já o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, anunciado para o cargo, deverá ficar com o gerenciamento dos programas de governo. Com isso, Bolsonaro passa a ter dois generais dentro do Planalto, sem falar dos outros militares espalhados por cargos estratégicos. 

 
De peso

Emedebistas experientes comentam que o deputado Alceu Moreira (MDB) conta com um apoio de peso na campanha à presidência da Câmara. Filho do presidente eleito, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) tem conversado com lideranças das bancadas sobre a candidatura do parlamentar. O presidente tem dito – com toda razão – que não vai interferir na escolha do novo comandante da Câmara. 

 
Exame

O presidente da OAB nacional, Claudio Lamachia, vai entregar ao próximo ministro da Educação um pedido especial: que o MEC amplie a fiscalização sobre as faculdades de direito e exija qualificação para a autorização dos cursos. Essa é uma resposta à crítica de Bolsonaro à realização do exame da Ordem. Lamachia defende esse tipo de exame, inclusive para outras profissões. Para ele, o problema está na falta de qualidade do ensino.

 

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