Emendas, promessas de cargos e o engajamento de lideranças de partidos do Centrão são algumas das principais armas utilizadas pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e pelos líderes governistas para a aprovação da reforma da Previdência. A expectativa de quem está na linha de frente das negociações é que até a próxima quarta-feira R$ 10 milhões em emendas sejam liberadas por deputado.
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Parlamentares também alimentam a expectativa da confirmação do nome de afilhados em cargos federais. Embora o Palácio do Planalto negue que pratica o que chama de "velha política", essas conversas estão bastante adiantadas e ajudam a engordar o mapa de votação em plenário. Para não ter sobressaltos, o governo precisa de 320 a 340 nomes confirmados.
Condenável, a prática do toma lá dá cá é um dos vícios mais difíceis de enterrar no sistema presidencialista de coalizão. Justiça seja feita, há outros elementos importantes que também contribuem para que o Congresso esteja mais aberto à aprovação de um assunto tão espinhoso. Esse foi um tema presente na campanha e o próprio Paulo Guedes, então chamado de Posto Ipiranga por Jair Bolsonaro, assumia que iria mexer nas aposentadorias.
Ninguém, portanto, foi surpreendido pelo texto encaminhado pelo Ministério da Economia. Embora tenham xingado o presidente Bolsonaro de traidor, os policiais não têm razão de reclamar. O mote da campanha da reforma é a retirada de privilégios. Deputados também consideram o clima das manifestações de rua favoráveis ao presidente e à reforma como um sinal de alívio nas bases eleitorais.
Neste cenário, Maia conseguiu convencer lideranças do PP, um dos principais partidos do Centrão, a participar das articulações finais. Experientes, compensaram a falta de traquejo dos novatos. Com grande ajuda do Congresso, Bolsonaro está prestes a concluir um dos principais feitos de seu governo.
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