Enquanto aloprados perdem tempo com bandeiras inconstitucionais, como a defesa da intervenção militar ou a volta do AI-5, há questões estratégicas a serem definidas dentro da lei e do Estado Democrático de Direito. A curto prazo, a nova equipe que chega ao Ministério da Saúde precisa entender como funciona a megaestrutura do SUS e auxiliar estados e municípios nos processos de transição para a reabertura das atividades econômicas.
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Ao mesmo tempo, o ministério precisa de um olhar especial para as regiões em que a estrutura de saúde já entrou em colapso, como é o caso de Manaus (AM). O pedido do general Luiz Eduardo Ramos, para que a imprensa divulgue fatos positivos, não vai reduzir o número de mortos na região Norte ou a falta de leitos de UTI. É preciso que a área técnica entre em ação. O resto é discurso para animar as redes sociais.
Importante também é o plano anunciado para a retomada da economia, no pós-coronavírus. Sob a coordenação do ministro da Casa Civil, general Braga Netto (foto), o que o projeto tem de concreto é a previsão de investimentos públicos, e também por meio de concessões, em obras de infraestrutura. A ideia não é nova.
O PAC do Bolsonaro garantiria ritmo a obras prontas para sair do papel, gerando emprego e melhorando estradas. A grande questão é a garantia de recursos, no caso, cerca de R$ 30 bilhões previstos. A equipe econômica não foi consultada para a formulação do Pró-Brasil. Diante do tamanho da crise, o dogma fiscal de Paulo Guedes está sendo deixado de lado. Essa é uma queda de braço, no entanto, que faz parte da existência de qualquer governo.
A decisão final, claro, fica por conta do presidente da República, Jair Bolsonaro. E é com isso que o presidente precisa se ocupar: formulação de políticas públicas, decisão sobre os rumos da administração, enfim, governar. Se cada poder da República cumprir o seu papel, não há porque temer teorias da conspiração. Quanto aos aloprados, o Ministério Público que investigue quem está por trás dos ataques à democracia.
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Blindagem verde-oliva
Quem defende intervenção militar deveria prestar atenção no comunicado do Ministério da Defesa. O general Fernando Azevedo e Silva assinou uma nota de compromisso com a Constituição. Generais da reserva entraram em campo para serenar os ânimos com os demais poderes, depois da participação de Bolsonaro no ato em Brasília.