O presidente Michel Temer não escolheu um ministério de notáveis quando montou a primeira equipe e, pelo andar da carruagem, terminará o governo com um time ainda pior. Além de ter aparecido na delação da Odebrecht, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) foi condenada em um processo trabalhista porque não assinava a carteira do motorista. E é essa deputada que vai assumir o Ministério do Trabalho. Questionado se essa revelação poderia impedir a nomeação, o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) afirmou que não, que o governo está “contente” com ela. Dentro da lógica do Planalto, o que interessa é que cada ministro represente votos na Câmara. Filha do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, Cristiane promete carregar o apoio do partido à reforma da Previdência. É a tal governabilidade.
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Na semana que passou, a volta de Jefferson aos holofotes chamou a atenção. Mas outros nomes ligados a escândalos também comandam as negociações por cargos, sem qualquer segredo. Condenado no Mensalão, Valdemar da Costa Neto articula pelo PR. Investigados na Lava-Jato, Ciro Nogueira e Romero Jucá, respectivamente, comandam o toma lá, dá cá pelo PP e do PMDB. Ex-ministro da Indústria e Comércio, Marcos Pereira – também citado na Lava-Jato – deve reassumir o comando do PRB. O resultado dessas conversas, portanto, está longe de qualificar ou garantir qualquer renovação na maneira de comandar a Esplanada.
Ao assumir a Presidência da República, Temer fez uma escolha clara: uma equipe econômica de primeira, alinhada com as expectativas de mercado e o restante da Esplanada livre para barganhas. Neste último ano de governo, o desembarque de políticos para a campanha leva o Planalto a uma reforma ministerial forçada. Mas a regra do vale tudo continuará a mesma.
LULA EM SP
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O ex-presidente Lula deve mesmo permanecer em São Paulo no dia do julgamento no TRF-4, em Porto Alegre. A informação está numa mensagem enviada aos integrantes do Diretório Nacional do PT pelo ex-ministro Gilberto Carvalho. No final da tarde, Lula será recebido pela militância em ato na Avenida Paulista.
VETO AOS PEQUENOS
O presidente do Sebrae, Afif Domingos, telefonou ao deputado Jorginho Mello (PR-SC) para avisar que o presidente Temer resolveu mesmo vetar o programa de refinanciamento de dívidas (Refis) de micro e pequenas empresas. O deputado afirma que a intenção é derrubar o veto na primeira sessão do Congresso, assim que terminar o recesso parlamentar. Temer seguiu uma indicação da equipe econômica, que está com dificuldades em fechar as contas.
FRASE
“Trata-se apenas de também dar concretude à disposição do Regimento Interno da Assembleia Legislativa, que exige dos parlamentares a utilização de vestuário condigno com o exercício de suas atividades, inclusive, no ambiente externo ao Parlamento.”
Do Presidente da Assembleia Legislativa do Amapá, Kaká Barbosa (Avante) ao justificar por meio de nota o auxílio paletó no valor de R$ 25 mil anual para os deputados estaduais
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