No Congresso e no quarto andar do Palácio do Planalto, onde ficam os principais conselheiros de Jair Bolsonaro, o comentário é um só: a poeira baixou. Depois de a temperatura chegar a níveis perigosos, com manifestações nas ruas contra e a favor ao presidente e até conversas sobre semi-parlamentarismo, as principais autoridades de Brasília resolveram que era melhor não arriscar.

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No Planalto a ordem é neutralizar as falsas polêmicas causadas pela turma do guru Olavo de Carvalho e no Congresso, votar as pautas prioritárias. Por mais difícil que seja, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pretende colocar a reforma da Previdência em votação antes do recesso parlamentar, na metade de julho. Está nas mãos do governo começar a fazer os famosos mapas de votação para não ter surpresa em plenário.

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Alma lavada 

Foi com a alma lavada que os deputados do PP saíram da reunião com o ministro Paulo Guedes (Economia). O líder da bancada Arthur Lira (AL) reclamou das críticas ao centrão e lembrou que não é junto ao PT ou ao PSOL que o governo vai conseguir votos para aprovar a reforma. Deputados lembraram ao ministro que foram injustamente xingados por aliados do presidente ao votarem para que o Coaf ficasse na Economia, seguindo um acordo liderado pelo próprio governo. Guedes deu razão aos parlamentares. 

Sniper 

Ao sair do Palácio do Planalto rumo ao Congresso a pé, surpreendendo os seguranças, o presidente Bolsonaro puxou para perto o líder do Novo, Marcelo Van Hattem, que o acompanhava:

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— Fica aqui do meu lado que 50% do sniper é teu! — disse Bolsonaro, abraçado ao deputado.

Transferência 

O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha vai ser transferido de Curitiba para o Rio de Janeiro. À coluna o advogado Aury Lopes Junior afirmou que a decisão atende ao anseio de Cunha, de meses, de ficar perto da família – o que é um direito de todo preso.

Unificação das eleições

Em reunião com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o deputado Rogério Peninha (MDB) recebeu apoio à PEC que prevê a unificação das eleições no país. O presidente da entidade, Glademir Aroldi, destacou que apesar de o TSE divulgar gasto de R$ 1 bilhão por pleito, o valor pode ser até 16 vezes maior.