Um ano depois das eleições, o que emergiu das urnas como símbolo da expressão "nova política" implodiu. O PSL, ex-partido do presidente Jair Bolsonaro, está rachado e sem a força que ganhou graças ao eleitor que votou de olhos fechados no 17.
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Disposto a ser dono de uma legenda, o presidente alimentou essa divisão e pulou fora com o objetivo de criar a própria sigla. Internamente, desde que os deputados assumiram os mandatos, o que se observou foi uma disputa por poder, além de brigas de beleza. A tal da nova política envelheceu em segundos. Quer dizer, na verdade, nunca existiu.
A sequência de escândalos revelada pelo Mensalão e pela Lava-Jato alimentaram no cidadão a desconfiança com o político. E com razão. Na última eleição, aquele que melhor soube capitalizar esse sentimento, se apresentando como um outsider, acumulou pontos.
O que esse novato vendeu, no entanto, não era real. Na prática, fazer política não é xingar o adversário e postar gracinhas nas redes sociais. Ninguém muda nada esbravejando contra o inimigo.
Avançar no debate público é o ato de ouvir, conversar, ceder, sugerir, construir um acordo em torno de uma proposta. Corrupto tem que ser investigado, julgado e preso. Fim. Política é uma só. A dúvida que fica é se o eleitor conseguiu detectar essa sutileza e como se comportará nas eleições municipais do ano que vem.
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Sinal amarelo
A Confederação Nacional dos Municípios fez um alerta importante a deputados e senadores: a extinção de municípios pequenos poderá representar o empobrecimento do interior dos Estados.
Em Santa Catarina, os R$ 552,7 milhões direcionados pelo Fundo de Participação dos Municípios para essas prefeituras seriam repassados para cidades localizadas na região metropolitana. O argumento reforça a intenção do Congresso Nacional de derrubar a medida sugerida pela equipe econômica na reforma do Pacto Federativo.