Se a articulação política do governo Bolsonaro já é ruim, agora, com um núcleo duro exclusivamente militar, a tendência é de que desapareça. Generais que conhecem profundamente o funcionamento do Palácio do Planalto alertam que essa homogeneidade na cúpula poderá resultar em perda de qualidade no assessoramento direto ao presidente da República pelas coincidências de visão e métodos.
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Sem base de apoio no Congresso, nesta semana Bolsonaro já se adiantou e participou de um café da manhã com a bancada ruralista. Ele deixou claro que estava ali para se certificar de que conta com os votos do poderoso grupo no plenário. O mesmo movimento deverá ser feito junto à bancada evangélica.
Ao reforçar o núcleo militar, o presidente mira a qualidade de gestão que poderá trazer para dentro do governo, com um general conhecido pela eficiência, como Braga Netto. Neste caso, será interessante saber como ele irá lidar com o ministro ineficiente Abraham Weintraub, que ainda não mostrou resultado na Educação.
Em tempo: Braga Netto não deixa de ser um recado de peso para os olavistas que conspiram no Planalto contra os militares.
Os próximos passos na Cidadania
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Assim que tomar posse no Ministério da Cidadania, Onyx Lorenzoni (DEM) deverá promover uma mudança geral. Interlocutores do ministro afirmam que ele mudará a equipe e terá como foco a reformulação do Bolsa Família – que já está em curso. Sob o comando de Osmar Terra, vagas foram ocupadas por emedebistas ou aliados do deputado. Na manhã de ontem, horas antes da confirmação da troca, Onyx fazia questão de mostrar que estava tranquilo.
Despedida
Osmar Terra estava em um barco, cumprindo agenda no Amazonas, quando Bolsonaro publicou a mensagem demitindo o ministro gaúcho da pasta da Cidadania. Os compromissos dos próximos dias já haviam sido desmarcados e deputados não conseguiam marcar audiências.