A fatura da greve dos caminhoneiros começou a chegar e não é barata. Ainda não se sabe exatamente o tamanho do prejuízo, incluindo diferentes setores da economia, que começam a fazer os levantamentos. De Brasília já chega a primeira conta. Para subsidiar o preço do diesel e outras despesas, serão R$ 13,58 bilhões, dos quais R$ 9,5 bilhões direto do orçamento e outros R$ 4 bilhões da retirada de benefícios fiscais. Quer dizer, empresas exportadoras ficarão sem o incentivo. Santa Catarina perdeu diretamente quase R$ 49,2 milhões. Ficaram sem recursos as obras de ampliação do Aeroporto Santa Terezinha, em Joaçaba, e a adequação de trecho na BR-282, entre Palhoça e São Miguel do Oeste. E não há qualquer surpresa neste remanejamento orçamentário. Se há uma lição em toda esta crise é que o país precisa urgente debater a qualidade do gasto público, no caminho de uma Reforma Tributária. O Brasil precisa decidir que áreas devem ser tributadas, quais devem receber incentivos e que tamanho deve ter o Estado. Penduricalhos, como auxílio-moradia para privilegiados, deveriam ser eliminados de vez. Esse é um tema obrigatório para os candidatos à presidência da República.
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VACILOU
O ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) não escondia a irritação com o ministro-substituto da Justiça, Claudenir Brito Pereira, que não foi enfático ao responder sobre o desconto de R$ 0,46 do diesel na bomba. Preocupado com a política de livre mercado, Claudenir evitou falar em imposição e preferiu dizer que o governo fiscalizará os postos. Marun fez questão de chamar os jornalistas para dizer que o desconto está garantido.
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INTERINO
Substituindo o ministro Torquato Jardim (Justiça), que em meio à crise estava em viagem ao exterior, Pereira foi avisado por outros ministros do comitê que deveria deixar os detalhes sobre o preço do diesel na bomba para o Ministério da Fazenda. No Planalto, o discurso oficial é que o desconto de R$ 0,46 na bomba está garantido.
FOGO AMIGO
Mesmo com o presidente Michel Temer dizendo que não mudará a política da Petrobras, a maioria da bancada do MDB na Câmara defende mudanças. A insatisfação foi levada pelos deputados ao ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun. Valdir Colatto (MDB) sustenta que a política da Petrobras não está cabe na economia do país. Hoje, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, reúne-se com Temer.
FRASE
– Temos como obrigar o posto a não se apropriar de um desconto que a sociedade está pagando – do ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo), ao garantir o preço do diesel na bomba.
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