O pedido do senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) para a suspensão da investigação contra seu ex-motorista Fabrício Queiroz nada mais é do que um tiro no pé. Ainda mais depois que a procuradoria do Rio afirmou que poderia encerrar os trabalhos sem ouvir o próprio Flavio e Queiroz, pois teria um farto material que comprovariam movimentações financeiras não compatíveis com a renda do ex-funcionário. Flavio sempre afirmou que não era investigado, que não fez nada de errado e que não sabia das atividades de Queiroz.

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Uma mudança repentina de atitude ao tentar levar o caso para o Supremo Tribunal Federal sob o argumento do foro privilegiado de um mandato que ele ainda irá assumir.

A decisão foi um prato cheio para a oposição, principalmente para o PT, que invadiu as redes sociais e levou o assunto para os mais comentados do Twitter mundial.

E, claro, a associação com o presidente Jair Bolsonaro foi feita. Tanto por Flavio ser filho de Bolsonaro quanto pelo depósito feito por Queiroz na conta da primeira-dama Michelle que, de acordo com o presidente, seria pagamento de um empréstimo. Agora caberá ao ministro Marco Aurélio Mellodecidir se o caso vai para o STF ou se o MP do Rio poderá seguir tocando a investigação. Bolsonaro poderia viajar para Davos sem essa confusão armada pelo próprio filho.

Agenda

No documento com as ações prioritárias para os 100 primeiros dias de governo Bolsonaro, há uma parte de obrigações, entre as quais divulgar a agenda oficial do presidente e dos ministros. Mas nem todos estão seguindo a determinação. Até o final da tarde de quinta, quatro ministros não informaram os compromissos, entre eles o general Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e Ricardo Vélez (Educação). Até a agenda do presidente teve um escorregão. Bolsonaro recebeu no começo da manhã, no Alvorada, os ministros Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil), mas até o final do dia o encontro não foi registrado.

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Chutou o balde

O escritor Olavo de Carvalho chamou de caipiras e palhaços os deputados do PSL que foram até a China para conhecer o sistema de reconhecimento facial utilizado pelo país, que pode servir de modelo para um projeto no Brasil. No vídeo, cheio de críticas, Olavo afirma que os parlamentares estão entregando o Brasil para a China e, ironicamente, pergunta: Vocês são idiotas?

FRASE

– Com todo o respeito ao ministro Fux, não há como concordar com a decisão, que contraria o precedente do próprio STF. Tratando-se de fato prévio ao mandato, não há foro privilegiado perante o STF. É de se esperar que o Ministro Marco Aurélio reverta a liminar” – Deltan Dallagnol, coordenador da Força-Tarefa da Lava-Jato ao comentar a decisão do ministro Luiz Fux que suspendeu a investigação contra Fabrício Queiroz a pedido de Flavio Bolsonaro.