A fala na abertura da Assembleia-Geral da ONU dará ao presidente Jair Bolsonaro a chance de escolher entre um discurso de estadista ou as recorrentes bravatas do período eleitoral. Se olhar para necessidade de recuperação da imagem depois do episódio das queimadas na Amazônia, e o potencial de atração de investimentos externos, Bolsonaro colocará a preservação do meio ambiente como prioridade, sem negacionismos ou teorias da conspiração.
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Ele mesmo já avisou que não vai apontar o dedo e que defenderá a soberania nacional. O discurso apresentará dados para tentar convencer a comunidade internacional de que o Brasil vem fazendo o dever de casa e que é o país que mais preserva no mundo. O grande problema do presidente é a prática. Por mais de uma vez, o chanceler Ernesto Araújo já questionou, por exemplo, a existência do aquecimento global, e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é acusado internamente de promover um desmonte na área da fiscalização.
A crise da Amazônia foi provocada por declarações sem pé nem cabeça do próprio presidente. Agora chegou a hora de baixar a poeira. Será que o famoso viés ideológico permite?
Marinha
O senador Dário Berger (MDB) marcou para 9 de outubro audiência pública no Congresso para tratar, mais uma vez, do caso dos terrenos de Marinha. Cerca de 10 milhões de pessoas vivem neste tipo de área, das quais 50 mil em Santa Catarina. Berger é autor de um projeto que defende o fim das taxas, suspensão das atuais demarcações e um estudo para rever a delimitação das terras. O texto está na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara.
Próximo passo
Se o calendário do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, seguir valendo, o parlamento conclui nesta semana a votação da Reforma da Previdência. A equipe econômica terá motivos para comemorar, mas passará a ser ainda mais cobrada por ações que resultem na efetiva retomada dos investimentos e na geração de emprego.
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No bolso
O Denatran trabalha para tentar reduzir custos de taxas cobradas do contribuinte, do momento da aquisição de um carro até a retirada da carteira de motorista. O maior entrave enfrentado pelos técnicos é o lobby dos intermediários que mantém representantes circulando na Esplanada.