A pesquisa no Brasil está agonizando e sem perspectivas de socorro a curto prazo. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) anunciou corte em bolsas de mestrado e doutorado, de tal maneira que nenhum novo pesquisador será financiado neste ano.

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Em um país que precisa com urgência de aumento de produtividade e de competitividade, esse anúncio é uma tragédia. O recado é que o investimento em pesquisa está longe de ser uma prioridade tanto do Executivo quanto do Legislativo. Somente se houver o descongelamento de recursos, a geração de conhecimento voltará a ser valorizada.

Não é segredo que o orçamento está apertado e que os cortes para o próximo ano serão ainda maiores. Mas também é do conhecimento de todos que em oito meses o Ministério da Educação está no segundo ministro e que o atual responsável pela pasta, Abraham Weintraub, mais se dedica as provocações nas redes sociais do que ao desenvolvimento de políticas públicas.

Mas a culpa não é só dele. A Capes teve R$ 819 milhões de seu orçamento contingenciado em 2019. Só para se ter uma ideia de valores, a previsão do fundo eleitoral para o próximo ano — para financiar campanhas de prefeitos e vereadores — é de R$ 2,5 bilhões. Isso representa um aumento de 47,9% sobre o repassado aos partidos na última eleição.   

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