O presidente Michel Temer nega que tenha cancelado a viagem à Ásia em razão das investigações da Polícia Federal, mas a desculpa não cola. A justificativa oficial é que ele está preocupado com votações importantes no Congresso e com o vazio de lideranças que a sua ausência poderia provocar. É verdade que vivemos uma situação inusitada: como são candidatos à reeleição, os presidentes da Câmara (Rodrigo Maia) e do Senado (Eunício Oliveira) não podem assumir a cadeira do Executivo sob o risco de ficarem inelegíveis. Portanto, também teriam que viajar. Mas não é pelo bem do país que Temer cancela a missão ao Exterior. Ele fica porque a filha está na mira da PF, porque a cada semana surge uma novidade sobre o inquérito e ele precisa afinar a estratégia de defesa. Não é segredo em Brasília que o Congresso já não está disposto a votar qualquer tema espinhoso e que em semana de feriadão dificilmente as bancadas se mobilizam. Temer fica no Brasil porque precisa se concentrar na própria defesa.

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SE LIVRARAM

A exemplo do caso de Geraldo Alckmin (PSDB-SP), também o processo deRaimundo Colombo (PSD) foi para a Justiça Eleitoral. Os dois se livraram da Lava-Jato porque a acusação é de caixa 2 de campanha. Enquanto os políticos soltam foguetes, os investigadores lamentam.

 

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SUPLENTE

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que espera o julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) do recurso do deputado João Rodrigues (PSD) – preso na Papuda – para chamar o suplente da vaga dentro de algumas semanas. No caso, o suplente é Edinho Bez (PMDB), que ainda não recebeu um aviso oficial da Câmara sobe o assunto.

 

BOLSA

Na queda de braço entre a equipe econômica e o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), venceu a tese de um aumento acima da inflação para o programa Bolsa Família. O valor médio ficou em 5,67%. Como a coluna adiantou, era a pauta positiva que o presidente Michel Temer precisava no 1º de Maio.

 

FRASE

 “O inquérito que inclui acusações contra o presidente tem 150 dias e pedido de prorrogação de mais 60, não sendo causa urgente que justifique mudança de agenda. Somente pessoas desinformadas sobre tal circunstância espalhariam versão tão inverossímil”, 

diz a nota do Palácio do Planalto sobre a viagem do presidente Temer, esquecendo de citar que a defesa do presidente não tem ideia sobre o avanço das investigações.

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