*Por Silvana Pires, interina

Independente do resultado do julgamento de Lula hoje no TRF4, em Porto Alegre, a tese de perseguição política prevalecerá para uma parte da população. Caso o ex-presidente seja absolvido, o PT e os militantes vão bater na tecla de que o juiz Sergio Moro o condenou sem provas, em uma caçada, enquanto políticos de outros partidos até agora nem sequer foram julgados. Se o petista for condenado, a tese da perseguição política entrará em cena sob o argumento de que o líder das pesquisas está sendo impedido de concorrer à Presidência. Para os petistas, haverá uma vítima: Lula. E esse argumento será usado à exaustão nas Eleições deste ano. Tanto que muitos adversários do PT já afirmaram que preferem o ex-presidente apto a participar do pleito do que o discurso de que Lula foi vítima de conspiração. É o caso do presidente Michel Temer, do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) e até mesmo de um dos mais ferrenhos adversários de Lula, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB). Ontem, em Davos, na Suíça, declarou que o “ideal seria derrotá-lo nas eleições de outubro”. É bom lembrar que esse discurso não é exclusividade do PT. Os investigados na Lava-Jato costumam usar o slogan de “vitimização”. É o caso, por exemplo, de Temer e do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Por mais de uma vez, disseram ser vítimas de uma conspiração do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot.  

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REDES SOCIAIS

As mensagens compartilhadas nas redes sociais nesses dias de pré-julgamento de Lula são uma prévia do que devem ser as eleições. Em muitos casos, independentemente da posição política, as informações são distorcidas de acordo com o gosto de quem escreve. O eleitor terá de ter muita atenção para não embarcar em falsas verdades nos próximos meses.

FOGO AMIGO  

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Embora afirme publicamente que seu candidato ao Planalto é Henrique Meirelles, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, está cada vez mais próximo do PSDB em São Paulo. Ele vinha trabalhando para concorrer a vice-governador de SP numa eventual chapa com o senador José Serra. Com a desistência de Serra de disputar as eleições este ano, o foco agora é ser vice de João Dória. A possível aliança favorece Geraldo Alckmin no plano nacional e deixa Meirelles ainda mais isolado.

FRASE

“Não trabalhamos com hipótese de votar Previdência em novembro. Nossa dedicação, o nosso esforço é no sentido de teremos a votação da Previdência em fevereiro”. 

Do ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, sobre a votação da reforma da Previdência. 

 

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