O orçamento de 2019 vai cair como uma bomba no colo do novo presidente da República. Além do déficit já previsto no valor de R$ 135 bilhões, outras despesas serão criadas até o final do ano, no rastro do reajuste dos vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Sem qualquer constrangimento, as excelências abriram a porteira dos reajustes no topo do funcionalismo público. Se aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Michel Temer, a proposta contribuirá para inchar ainda mais a folha de pagamento, inclusive a dos inativos. Na tentativa de minimizar os efeitos da decisão, o ministro Ricardo Lewandowski ressaltou a atuação da magistratura na recuperação de recursos para os cofres públicos. Para ele, a devolução do dinheiro de ações como a Lava-Jato ajuda a cobrir o remanejamento para o reajuste. O ministro é raso na justificativa. Não há dúvida sobre a importância de juízes e procuradores nas ações de combate à corrupção e um claro reconhecimento da sociedade. Esse, aliás, é o papel que se espera do Judiciário e do MP. Mas não estamos diante de uma questão de mérito. Professores e policiais, por exemplo, também merecem reajustes salariais, mas vêm pagando a conta da crise econômica que tomou conta dos Estados. A diferença é que são categorias que não decidem o próprio aumento.  

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MURO  

Questionado pela coluna, o senador Dário Berger (MDB) ficou em cima do muro a respeito do aumento dos vencimentos dos ministros do STF. Ele afirmou que o assunto precisa ser debatido porque o salário dos magistrados está congelado há algum tempo. Já para Dalírio Beber (PSDB) não se trata de ser contra e não adianta ser a favor de algo que o país não possa suportar. O senador lembrou que na Comissão Mista de Orçamento os parlamentares concordaram em não prever reajustes salariais para o ano que vem. Até o final da tarde de ontem, a coluna não conseguiu contato com o senador Paulo Bauer (PSDB).  

 

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SEGURANÇA 

Santa Catarina será um dos 20 Estados beneficiados com a compra de 8 mil viaturas policiais pelo Ministério da Segurança Pública. Os veículos serão adquiridos por meio de um financiamento de R$ 1 bilhão com o BNDES. Ainda não há informações de quantos veículos chegarão ao Estado, mas a intenção é entregar a nova frota até o fim do ano. 

 

ELEITOREIRO  

Deputados aprovaram a anistia a multas dos caminhoneiros que fizeram greve, sabendo que o presidente da República, Michel Temer, iria vetar a medida. Às vésperas das eleições, os parlamentares optaram por deixar o desgaste para o Palácio do Planalto. 

 

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