Quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirma que não tem apego ao cargo o recado serve mais para a ala política do governo do que para o parlamento. Desde a campanha, Guedes é o fiador de Jair Bolsonaro junto aos mercados. Não é segredo que foi ele quem convenceu o presidente da República a respeito da importância de uma reforma da Previdência profunda e de abraçar um programa de privatizações.

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Quando deputado, Bolsonaro não apoiava a chamada pauta liberal. Guedes conquistou a confiança do presidente e o ajudou a chegar ao Palácio do Planalto. Empenhado em colocar as contas públicas nos eixos, Guedes e sua equipe produziram uma reforma dura e complexa em pouco tempo. Mas negociar algo impopular como alterações na Previdência não é algo simples em nenhum lugar do mundo.

O Planalto precisa estar aberto para dialogar com o Congresso. Essa é a parte que até agora falhou no governo Bolsonaro. Guedes topou participar da audiência pública no Senado porque é um ambiente bem menos hostil. Mesmo assim, apesar de algumas caneladas, tentou assumir um papel de bombeiro. Mas deixou claro que tem limite. 

Blindado

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A chegada do ministro Paulo Guedes na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado foi marcada por confusão. A polícia legislativa foi orientada a evitar a aproximação da imprensa porque o ministro não queria falar. Em conversa com a coluna, os policiais reclamavam que “o trabalho sujo ficou com eles” e ameaçavam deixar a “bangu” a saída de Guedes do local.

Apoio

O ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e o Secretário especial para o Senado, Paulo Bauer, passaram na CAE durante a audiência com Paulo Guedes. Ficaram menos de cinco minutos, mas o ato serviu para prestigiar Guedes e os senadores. Onyx e Bauer tiveram uma série de reuniões com líderes partidários do Senado, na tarde desta quarta-feira.

Reforço

Pelo menos 50 policiais federais foram deslocados para as investigações contra políticos acusados de corrupção. A informação foi dada pelo ministro Sergio Moro (Justiça) ao senador Lasier Martins (Pode), após questionamento sobre a lentidão das investigações. De acordo com Moro, esse reforço deve acelerar os trabalhos.

Logo ali

Enquanto o Congresso se concentra no resgate da reforma, Fernando Haddad retoma a caravana pelos Estados, de olho nas eleições de 2022. As agendas ainda estão sendo fechada, mas o petista deve passar por Porto Alegre no dia 5 e ainda por Criciúma (SC) e Curitiba (PR) nos dias 6 e 7, respectivamente.

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