Os ácidos graxos ômega-3 são tipos de gorduras que têm sido relacionadas com diversos benefícios à saúde: prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares, de doenças neurodegenerativas como Alzheimer, do diabetes, de sintomas e distúrbios depressivos, da demência, de vários tipos de câncer, de doenças das articulações e reumáticas, promove hipertrofia muscular, participam do desenvolvimento adequado do sistema nervoso e da visão em crianças e manutenção da fertilidade no adulto.
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Pensando nisso, convidamos o nutricionista Michel Mocellin, mestre e doutor em nutrição para falar sobre esse assunto com a gente.
Michel destaca que muitas destas alegações de benefícios do ômega-3 ainda estão sendo investigadas em pesquisas para comprovação de sua eficacia. Apesar disso evidências de malefícios significativos no seu consumo não foram encontradas pela ciência. Pelo contrário, o não consumo, ou o consumo abaixo do ideal, é que traz prejuízos significativos para a saúde.
Efeito sobre a imunidade
Sobre a imunidade, os ômega-3 não parecem melhorá-la. Os ômega-3 exercem atividade anti-inflamatória, o que reduz o efeito das células de defesa do nosso corpo. Sem inflamação, o sistema imune não funciona eficientemente. Como aquelas doenças que os ômega-3 podem prevenir ou tratar tem uma forte participação da inflamação no seu desenvolvimento e manutenção, ao reduzi-la, ele pode contribuir para seu tratamento. A inflamação presente na maioria destas doenças é chamada de crônica, por ser muito elevada e com longa duração na sua permanência. Na inflamação crônica existe uma super-ativação do sistema imune de maneira desnecessária, e este começa a causar danos no nosso corpo, por isto ela deve ser tratada.
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Não pense de maneira equivocada que se “tomar ômega-3” ele vai reduzir a imunidade. O consumo de ômega-3 em baixas quantidades não afeta a imunidade, mas o alto consumo, pode afetar, por isto as doses maiores devem ser consumidas por pessoas que apresentam doenças com inflamação crônica, onde os ômega-3, ao diminuírem a atividade do sistema imune super-ativado, podem ajudar a tratá-las.
Fontes alimentares
Existem diversos tipos de ômega-3 com maior ou menor atividade no nosso corpo. As fontes vegetais ricas nesses ácidos graxos incluem: linhaça, canola, soja, prímula e seus óleos. O tipo de ômega-3 encontrado nelas é chamado de ácido alfa-linolênico, com menor efeito no organismo. Também encontramos outros ômega-3 em produtos marinhos: peixes gordurosos (salmão, cavala, sardinha, arenque, tainha), algas e Krill e os óleos extraídos deles. Neste os ômega-3 presentes são o EPA e o DHA (siglas para nomes complicados), com maior atividade biológica quando consumidos. Também existem os suplementos, baseados nos óleos destas fontes.
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Recomendação de consumo
A dieta típica da população brasileira provém baixo consumo de ômega-3. Por isto, se faz necessário o consumo diário de alguma de suas fontes, na forma de alimentos ou de suplementos. Lembre-se que se for optar por suplementos, procure um nutricionista antes para lhe orientar e prescrever como e quanto ingerir, e se quiser ter garantias de que a quantidade consumida diária na forma de alimentos é suficiente, também procure um profissional para lhe orientar.
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E para finalizar. Não caia nessa de que ômega-3 “cura tudo”. Não é verdade. Tem doenças que ele pode ajudar a tratar, mas sozinho ele não cura nada. Não seja imprudente de deixar de seguir o tratamento que seu médico prescrever para “tomar ômega-3”. Também não saia correndo para comprar suplementos de ômega-3 porque ele pode trazer inúmeros benefícios. Procure um nutricionista para orientar sua dieta. Ele(a) vai avaliar se existe a necessidade de tomar um suplemento de ômega-3 ou não.