Você já deve ter ouvido a seguinte frase: “nasce o bebê, nasce uma mãe e um pai” . E nada melhor que ele para falar desse assunto e na condição de PAI … digo PAIDIATRA como ele é conhecido nas redes sociais e pelas famílias , o médico pediatra doutor Leonardo Perfeto.
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No contexto da maternidade, essa frase geralmente não se aplica, pois as mulheres preparam-se para a maternidade através da busca pela informação: conversam entre si, participam de grupos, seguem perfis sobre o assunto nas redes sociais, entre outras coisas.
Esse desejo, quase inconsciente, de se preparar para a maternidade vem desde a educação promovida às meninas, onde, em suas brincadeiras de bonecas e casinha, estão, de determinada maneira, brincando de cuidar, acalentar, amamentar… de ser Mãe.
Por outro lado, essa frase pode se aplicar muito bem para a paternidade, porque é muito comum o homem se dar conta desta sua nova “função” apenas ao pegar seu bebê pela primeira vez no colo.
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Digo “pode”, pois nem sempre isso acontece. Na mesma intensidade em que as meninas “brincam de cuidar”, os meninos raramente têm a oportunidade deste brincar, pelo fato de ser considerado uma brincadeira de menina.
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Porém, a grande questão é: brincar de aprender a cuidar, não seria algo humano?
A grande consequência disso é vista quando esses meninos crescem, tornam-se adultos e, algumas vezes, pais. Sabe-se que os homens não têm o hábito do autocuidado. Adoecem muito mais que as mulheres por procurarem menos os serviços de saúde de maneira preventiva. Morrem mais de causas evitáveis, como acidentes de trânsito e brigas, por exemplo, ao se exporem mais aos riscos.
A Paternidade traz a necessidade de exercer o cuidado, mas agora com uma pessoa vulnerável, a qual depende exclusivamente dos adultos para garantir sua sobrevivência. Como esperar que alguém que nunca foi exposto ao cuidado saiba como agir nos momentos tensos em que ele é exigido.
No puerpério, muitos homens, desejosos em paternar, sentem-se num paradoxo emocional onde a felicidade e desejo de apoiar conflita com a frustração e sentimento de exclusão. Há uma motivação em participar ativamente dos cuidados com o bebê, mas a falta de prática os impede de ocuparem este espaço, sentindo-se não pertencentes.
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Quando participam, geralmente sentem-se pressionados por frases como: “o pai tem que colocar para arrotar”, “o pai tem que dar banho”, “o pai tem que fazer isso ou aquilo”. Não que não sejam suas funções, mas existe algo que pouca gente fala que é a principal forma de participar: cuidar da mãe para que ela possa maternar!
Quando o pai cuida da mãe, das coisas que ela se preocupa, da casa, dos outros filhos, dos pets, enfim, das coisas que possam ocupar a atenção da mulher, ela sente-se cuidada e consegue dispor de energia para dirigir sua atenção às necessidades fisiológicas e psicológicas do bebê.
Quanto mais o pai participar, cuidando da mãe, mais ela vai se sentir fortalecida, cuidada e desejada, e ele se sentirá mais prestativo. A maior consequência disso é que, quando o pai oferece carinho e proteção à mãe, a criança fica mais confortável por conviver em um ambiente com mais harmonia, amor e segurança.
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