A fala é um grande marco do desenvolvimento, quando a criança não fala, indica que algo está errado. Pensando nisso, nesta semana, convidei a fonoaudióloga Ingrid Vieira para falar um pouco mais sobre esse assunto, aproveitando também que este é o mês de Conscientização Mundial do Autismo.

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Quando a criança demosntra atraso na fala, na grande maioria das vezes é um atraso simples ou estimulação inadequada. Em diversos casos é o primeiro sinal para um posterior diagnóstico. Em muitos casos, a fala não será a prioridade inicial da terapia, pois para que a mesma ocorra, precisamos do desenvolvimento e amadurecimento em outras etapas, como o contato visual de qualidade, a imitação e o maior tempo de atenção, refere a especialista.

Após a detalhada avaliação fonoaudiológica, com o planejamento das intervenções semanais, a linguagem deve ser estimulada e a família orientada. Em diversos casos, as outras formas de comunicação, possibilitam uma maior estabilidade emocional para futuras etapas da terapia.

Falar é uma busca eterna de muitos pais de crianças com Apraxia de fala, Transtorno do Espectro Autista, Transtorno da Comunicação Social, entre outros.

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Uma das características do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é alteração na linguagem, em muitos casos com atraso no desenvolvimento ou ausência da oralidade.

Algumas crianças que apresentam Transtorno do Espectro Autismo são verbais, o que significa que, aconteceram mudanças nos comportamentos por volta dos dois anos de idade, porém não deixou de falar. 

Ter condições mínimas de se comunicar por meio da fala é como se a criança estivesse um passo a diante daquelas que não se comunicam oralmente, diz Ingrid.

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Sinais do Transtorno do Espectro Autista que precisamos observar:  

Apenas três deles presentes numa criança de um ano e meio já justificam uma suspeita para se consultar um médico neuropediatra ou um psiquiatra da infância e da juventude.

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– Não manter contato visual por mais de 2 segundos;

– Não atender quando chamado pelo nome;

– Isolar-se ou não se interessar por outras crianças;

– Alinhar objetos;

– Ser muito preso a rotinas a ponto de entrar em crise;

– Não brincar com brinquedos de forma convencional;

– Fazer movimentos repetitivos sem função aparente;

– Não falar ou não fazer gestos para mostrar algo;

– Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem a devida função (ecolalia);

– Não compartilhar seus interesses e atenção apontando para algo, ou não olhar quando apontamos algo;

– Girar objetos sem uma função aparente;

– Interesse restrito ou hiperfoco;

– Não imitar;

– Não brincar de faz-de-conta.

Com as intervenções fonoaudiológicas, acompanhamento com a escola e orientação a família, é possível desenvolver muitas habilidades da criança, inclusive a comunicação efetiva. Construir com ela mais atividades de vida diária, desenvolver autonomia e melhor qualidade de vida.

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