Esse é um tema polêmico, não é mesmo? Pensando nisso, convidei a fonoaudióloga Ana Luiza Koerich Especialista em Seletividade Alimentar, Disfagia e Freios Orais que trabalha na minha equipe da FAMILY Clínica Carol Bandeira. Juntas, nós podemos explicar melhor que ter 6 meses é só um dos critérios para iniciar a introdução alimentar.
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“Além dos 6 meses, é importante que o bebê consiga sentar-se sozinho ou com pouco apoio, tenha interesse pela alimentação dos adultos, consiga ou tenha interesse em levar os objetos até a boca, tenha o reflexo de protrusão da língua diminuído”.
Além disso, a Ana Luiza ainda sugere que no caso de crianças atípicas, seja feita uma avaliação da motricidade oral e da segurança da deglutição afim de garantir menores riscos de engasgos e dificuldades.
Independente da idade, o tema engasgo é um tema que gera muita preocupação, visto que poucas famílias sabem que pedaços menores não significam que eles sejam mais seguros para o bebê.
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Introdução alimentar de 6 meses; como começar
Primeiro, o corpo humano é projetado para se proteger dos engasgos e por isso, o bebê apresenta reflexos de proteção. No caso de bebês menores, os alimentos maiores tendem a ser mais seguros porquê o cérebro do bebê reconhece mais facilmente grandes pedaços na boca devido aos receptores de pressão. Além disso, os pedaços maiores desencadeiam melhor o reflexo de mastigação e são mais fáceis de expelir para fora da cavidade oral, refere Ana Luiza.
Com medo, as famílias passam a oferecer a comida exclusivamente amassada, impedindo que o bebê explore, conheça os alimentos e as texturas. Mas o grande problema é que oferecer a comida amassada não impede que a criança engasgue. A orientação é oferecer o alimento em pedaços, desde que esteja macio o suficiente a ponto de você consiga esmaga-lo com os a ponta dos seus dedos. Elas devem escolher a abordagem que querem se alimentar, pois nós somos responsáveis pela qualidade do alimento e a quantidade e a forma de se alimentar quem decide é o bebê.
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Com isso, abster a criança da alimentação sólida pode ocasionar impactos importantes no desenvolvimento alimentar da criança, uma vez que interrompe o processo de exploração sensorial, diminui as chances da criança tolerar texturas em diferentes contextos para além da alimentação e pode aumentar os riscos da criança desenvolver seletividade alimentar.
O nosso recado é: “Durante a introdução alimentar o mais importante é como a criança come e as experiencias que ela constrói com a comida, não a quantidade ou etiquetas sociais. Em caso de duvidas consulte com uma nutricionista materno infantil e uma fonoaudióloga especialista em alimentação infantil”.
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